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outro lado
Políticos falam por arrozeiros, afirma Funai
DA AGÊNCIA FOLHA
Os políticos de Roraima fazem críticas à demarcação da
reserva Raposa/Serra do Sol
com "falta de argumentos",
afirma a Funai (Fundação
Nacional do Índio).
O coordenador-geral de
identificação e demarcação
de terras indígenas da fundação, Paulo Santilli, diz que a
unanimidade formada na
política de Roraima contra a
reserva indígena em área
contínua tem relação com o
"universo eleitoral" dos deputados e senadores. Santilli
participou dos estudos que
resultaram na homologação
da Raposa/Serra do Sol.
"Eles estão representando
aqueles que instalaram ou
têm a pretensão de instalar
posses nessas áreas", afirma.
Para Santilli, os arrozeiros
chegaram à região após a demarcação da terra. O coordenador diz que o processo de
demarcação foi amplamente
discutido, sem que houvesse
grandes contestações dos
donos de terra. O procedimento foi feito ao longo de
diferentes governos e está
previsto na Constituição, diz.
O integrante da Funai afirma que os políticos que chamam a demarcação de "fraude" não questionam dados
técnicos do processo de homologação e tentam "desqualificar" quem produziu os
estudos. As "instâncias autorizadas" a comentar o caso,
como universidades, se manifestaram a favor da homologação em área contínua,
argumenta Santilli.
Coordenador do CIR
(Conselho Indígena de Roraima), o índio macuxi Dionito de Souza classifica a
oposição à homologação
contínua como "resultado de
uma política antiindígena".
"Isso é uma discriminação
contra os povos. Eles falam
que não são contra a demarcação, mas sim contra a forma como ela foi demarcada.
Eles querem a dominação
[dos povos], querem matar
mesmo nosso povo."
(FB E JER)
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