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Reforma de
tucano gerou
divisão no PT
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A reforma da Previdência se
transformou num tradicional fator de divisão entre os petistas.
"Foi ela a causa da minha última
briga com o José Dirceu", diz o
presidente do PT, José Genoino.
Hoje ministro-chefe da Casa Civil, Dirceu estava em seu primeiro
ano do primeiro mandato como
presidente petista, quando, em
1995, Genoino, então deputado
federal, era o principal interlocutor do presidente FHC na discussão da reforma previdenciária.
"O Genoino quer que o PT seja a
ala esquerda do governo FHC e
hoje é o 16º vice-líder do governo
no Congresso", criticou Dirceu à
época, fazendo piada com os 15
vice-líderes existentes. Lula havia
perdido a eleição presidencial para o tucano seis meses antes.
Dirceu, ao lado de petistas como
o atual ministro da Previdência,
Ricardo Berzoini, presidente do
Sindicato dos Bancários e integrante da Executiva Nacional do
PT em 1995, votou a favor da convocação de Genoino e do já à época deputado federal Eduardo Jorge para que fossem repreendidos
por posições incompatíveis.
Genoino mantinha contatos
constantes com o presidente, a
quem tratava apenas de Fernando. "Acreditava que a oposição tinha de ocupar um espaço na discussão da reforma", justifica.
Em agosto de 1995, o PT apresentou a sua proposta de reforma
da Previdência. "A seguridade social não deve se apoiar só no seguro social com base na contribuição, mas garantir um regime básico universal e ter um orçamento
próprio que, além da arrecadação
contributiva, receberá recursos
tributários do Orçamento da
União", defendeu Dirceu na apresentação da emenda ao Congresso Nacional. O projeto petista de
1995 afirmava ser "vedada a cobrança de contribuição de aposentados e pensionistas".
Na época da crise entre Genoino
e Dirceu, coube a Gilberto Carvalho, atual chefe de Gabinete da
Presidência, a atuação como pacificador.
(PLÍNIO FRAGA)
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