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Desemprego no mundo atinge 180 milhões
DE BUENOS AIRES
O mundo tem hoje 180 milhões
de desempregados, segundo a
OIT (Organização Internacional
do Trabalho). É o maior número
já registrado desde que estatísticas confiáveis começaram a ser
apuradas.
De acordo com a OIT, o número
de desempregados no planeta aumentou em 20 milhões em apenas
dois anos, como decorrência da
recessão global.
A taxa mundial de desemprego
em 2000 era de 5,9%. No fim de
2002, chegava a 6,5% da PEA (população economicamente ativa).
Até mesmo nos países mais ricos, a situação é preocupante. Segundo o Ipadata, a taxa de desemprego na Alemanha em maio, por
exemplo, foi de 10,7%. Em junho,
nos Estados Unidos, foi de 6,4%.
Argentina
Se, nos países ricos, a situação é
séria, nos pobres, é no mínimo
alarmante. Na Argentina, por
exemplo, a taxa de desemprego
em maio de 2002 atingiu 21,5% da
PEA. Em outubro, no último dado disponível, era de 17,8%
Nos últimos anos, os argentinos
começaram a ter de conviver com
essa realidade, antes só visível nos
vizinhos latino-americanos.
A pujança do passado, relembrada pelos cafés e pelos edifícios
elegantes de Buenos Aires, deu lugar a uma realidade que abala a
auto-estima de um povo que chegou a ter estilo de vida comparável ao de países europeus.
Dados do governo mostram
que os subocupados (os que trabalham meio período) são 19,9%
da PEA (quase 3 milhões).
Há ainda o trabalho informal.
Estima-se que pelo menos 3,5 milhões de pessoas não tenham registro em carteira.
A renda das pessoas também
caiu. Em junho de 1999, uma família de classe média ganhava
cerca de 1.183 pesos por mês (quase o mesmo valor em reais). No
mês passado, o rendimento médio era de 721 pesos.
O aumento do desemprego foi
um dos preços pagos para que o
governo pudesse manter a conversibilidade cambial entre o peso
e o dólar, que vigorou entre 1991 e
janeiro de 2002.
Resultado: atualmente 57% dos
36 milhões de habitantes da Argentina vivem abaixo da linha da
pobreza. Desse total, 30% são indigentes. Pesquisa do Banco
Mundial mostra que 17,5% dos lares convivem com a fome. Isso
equivale a 1,4 milhão de famílias.
(ELAINE COTTA)
Colaborou a Redação
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