|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresário não deve à Receita
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa cadastral na internet confirma que o contribuinte Orestes Quércia e suas empresas estão quites com o "leão" da
Receita Federal.
Ao longo de sua carreira política, o ex-governador foi alvo de várias investigações sobre o seu patrimônio.
"Sou, de longe, o político mais
investigado da história do Brasil",
dizia Quércia, em 1994, no auge
das suspeitas sobre a origem de
sua fortuna pessoal.
Em 1977, no governo do general
Ernesto Geisel (1974-79), Quércia
teve seus bens bloqueados em inquérito militar instaurado para
apurar o seu enriquecimento.
Uma CGI (Comissão Geral de
Investigações) examinou as declarações de Imposto de Renda de
Quércia, de 1964 a 1973, por suspeita de sonegação e enriquecimento ilícito no exercício de cargos públicos.
Depoimento
Em depoimento à Justiça, em
1994, o presidente Geisel disse ter
informações de que Quércia,
quando exercia o mandato de senador (1975-82), negociou com o
governo militar para não ser cassado sob a acusação de sonegação
e enriquecimento ilícito. Quércia
negou o fato, depois.
O general da reserva Luiz Sellmann, vice-presidente da CGI,
afirmou, em juízo, que o rendimento declarado por Quércia era
insuficiente para justificar o crescimento de seu patrimônio.
"Nós calculamos um imposto
sobre a renda que não foi declarada e ele pagou sem reclamar", disse o general à Folha, em 1994.
Multa
O jornal informou que no ano
anterior as empresas de Quércia
haviam sido multadas em US$ 1
milhão pela Receita Federal, por
erros de cálculos nos balanços e
não por sonegação.
Na ocasião, também havia sido
investigada -e multada- a Rio
Construtora, de José Nunes Lopes, o "Zé Português", sócio de
Quércia entre 1980 e 1988.
Em 1977, então senador pelo
MDB de São Paulo, Quércia submeteu suas declarações do Imposto de Renda a uma empresa de
auditoria (a Revisora Nacional
Auditores Independentes), que
considerou seus rendimentos
compatíveis com seu patrimônio.
Explicação
Em janeiro de 1994, Orestes
Quércia compareceu à direção
nacional do PMDB para novamente explicar a origem de seu
patrimônio.
Ele encomendara à Trevisan
Auditores e Consultores uma revisão das declarações de renda
(apenas pessoa física), entre 1966
e 1992.
A Trevisan atestou que as obrigações haviam sido cumpridas e
que os rendimentos declarados
eram compatíveis com o acréscimo patrimonial.
O relatório foi distribuído pela
assessoria de Quércia e divulgado
como se houvesse sido realizada
uma ampla auditoria dos negócios do empresário.
(FV)
Texto Anterior: Ex-governador é investigado na área civil Próximo Texto: Sócios saem, e família controla empresas Índice
|