São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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Sócios saem, e família controla empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

Ex-vereador e ex-prefeito de Campinas, ex-deputado estadual, ex-senador, ex-vice-governador e ex-governador paulista, Orestes Quércia montou um império com negócios nas áreas de comunicações (jornais, rádio e televisão), agricultura, mercado imobiliário, construção, loteamentos e comércio de veículos.
A partir de alterações societárias, e com a retirada de alguns sócios nos últimos anos, as empresas do candidato a senador estão registradas na Junta Comercial no nome de Quércia e de parentes.
Quércia é o principal acionista e diretor-presidente da Sol Invest Administração e Participações, da qual também são sócios o seu pai, Octávio Quércia, 92, a sua mulher, Alaíde, e a irmã, Maria Alice.
Quércia e seu pai são sócios na Editora Jornal de Hoje. Juntos com Alaíde são sócios na Empresa Jornalística e Editora Regional.
Em 1996, retiraram-se da Televisão Princesa D'Oeste de Campinas os sócios Paulo Machado de Carvalho Filho, José Blotta Júnior e Natal Gale. Em 2000, também deixaram a sociedade Orlando e Almira Negrão. Os atuais titulares são Quércia e Alaíde.
Quércia (representando a Sol Invest) e sua mulher controlam a Diário Comercial e Publicidade Ltda. (ex-Diário Popular Comercial e Publicidade Ltda., é a empresa que edita em São Paulo o jornal de economia "DCI -Comércio, Indústria e Serviços").
O casal também detém o capital da editora Panorama Brasil, o da Rede Central de Comunicação e o da RCC Vídeo Produtora Ltda., além da TV do Povo, com sede em São Vicente (SP).
Em 2000, retiraram-se da TV do Povo os sócios Edson Higo do Prado e o publicitário Chico Santa Rita, que durante muitos anos foi responsável por campanhas de televisão de Quércia. Ele rompeu com o ex-governador em 1997.
Na rádio Nova Brasil figuram como sócios Quércia e as filhas Andréia (15) e Cristiane (16).

Negociante precoce
Nascido em Igaçaba, distrito de Pedregulho (SP), em 1938, Quércia era vendedor de melancias aos nove anos.
Aos 14, comprava bicicletas usadas para reformar e vender. Aos 18, tinha uma mercearia, em Campinas.
Ainda na juventude, foi dono de uma fábrica de fubá e de uma pequena indústria de compotas de mangas.
Mais tarde, compraria um consórcio de veículos. Com o dinheiro, adquiriu uma fazenda em Pedregulho.
Sua fortuna cresceria ao comprar a primeira imobiliária e investir na venda de loteamentos.
Segundo adversários, Quércia comprou terrenos em áreas da periferia que seriam valorizadas, depois, por projetos urbanos da prefeitura administrada por ele. Quércia nega essa versão.
(FV)


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