São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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VÔO TUCANO

Presidenciável se atrasa, e governador sai em campanha em Bauru

Alckmin deixa Serra para trás

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A BAURU

A comitiva eleitoral do governador Geraldo Alckmin (PSDB) abandonou ontem o candidato tucano à Presidência, José Serra, no aeroporto de Bauru, a 350 km de São Paulo, saindo em carreata sem a presença do senador e da vice da sua chapa, deputada Rita Camata (PMDB).
Com um esquema de recepção festiva montado por cabos eleitorais, prefeitos e candidatos à Câmara e à Assembléia, o comando da campanha de Alckmin, que reuniu cerca de 300 pessoas, optou por não esperar o aliado. Serra foi recebido por um grupo de cerca de 50 pessoas, sem carro de som e sem material de propaganda.
Em vez de percorrer as ruas de Bauru em carro aberto, como Alckmin e os candidatos ao Senado Romeu Tuma (PFL) e José Aníbal (PSDB), Serra entrou em uma van, com assessores, às 12h10, 40 minutos depois da saída da caravana do governador.
Meia hora depois, houve o encontro das comitivas. Como o aparato publicitário estava em volta de Alckmin, Serra andou dez minutos no calçadão sem ser notado. Apenas duas bandeiras do partido chamavam a atenção para a sua presença.
No caminho, um grupo de funcionários públicos estaduais das áreas de Justiça e educação protestavam contra Alckmin, com uma rima ignorada pelo governador: "Geraldo, safado". Os tucanos rebatiam: "quercistas do PT, quercistas do PT", uma alusão ao apoio do ex-governador Orestes Quércia ao petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Adiante, alguns estudantes com a camisa de Che Guevara esperavam Serra, com palavrões sem nenhuma ternura. O tucano, que já foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), apenas sorriu para a turma.
Mais tarde, no palanque em Agudos, cidade vizinha de Bauru, Alckmin e Serra trocaram elogios e "abraços afetuosos", como definiu o governador, candidato à reeleição. Ainda ontem, Serra foi a Jaú, onde visitou centro de voluntários que trabalham no combate ao câncer.



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