São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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Governo fez uma reviravolta na economia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Fernando Collor promoveu uma reviravolta na economia, com medidas contraditórias e resultados desastrosos. Sua gestão introduziu na agenda nacional a privatização e a abertura comercial e financeira.
Havia um ambiente propício para isso. Em 1990, ano em que tomou posse, surgiu a expressão "Consenso de Washington" para recomendar aos países emergentes a adoção dos conceitos capitalistas mais ortodoxos.
A inflação beirava os 3% ao dia, o país não pagava sua dívida externa e praticamente não recebia mais investimentos estrangeiros. O déficit público era gigantesco.
O plano de Collor unia a linha liberal a medidas de sentido oposto: congelamento de preços e o confisco das poupanças e contas correntes, que bloqueou 70% do dinheiro disponível (hoje uma iniciativa dessas reteria R$ 537 bilhões).
Com a economia paralisada, a inflação caiu, mas voltou a subir depois com o relaxamento do confisco e do congelamento.
A recessão daquele ano foi a pior desde que o IBGE começou a calcular a variação da atividade econômica, em 1948: em 1990, o PIB encolheu 4,35%. A crise derrubou a ministra Zélia Cardoso de Mello, substituída por Marcílio Marques Moreira, que deu impulso à renegociação da dívida externa. A política de juros altos de Marcílio e a situação externa favorável atraíram dólares que engordaram as reservas do BC e permitiram, em 1994, o lançamento do Real.


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