|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo fez
uma reviravolta
na economia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Fernando Collor promoveu uma reviravolta na economia, com medidas contraditórias e resultados desastrosos. Sua gestão introduziu na agenda nacional a
privatização e a abertura comercial e financeira.
Havia um ambiente propício para isso. Em 1990, ano
em que tomou posse, surgiu
a expressão "Consenso de
Washington" para recomendar aos países emergentes a adoção dos conceitos
capitalistas mais ortodoxos.
A inflação beirava os 3%
ao dia, o país não pagava sua
dívida externa e praticamente não recebia mais investimentos estrangeiros. O déficit público era gigantesco.
O plano de Collor unia a linha liberal a medidas de sentido oposto: congelamento
de preços e o confisco das
poupanças e contas correntes, que bloqueou 70% do dinheiro disponível (hoje uma
iniciativa dessas reteria R$
537 bilhões).
Com a economia paralisada, a inflação caiu, mas voltou a subir depois com o relaxamento do confisco e do
congelamento.
A recessão daquele ano foi
a pior desde que o IBGE começou a calcular a variação
da atividade econômica, em
1948: em 1990, o PIB encolheu 4,35%. A crise derrubou a ministra Zélia Cardoso de Mello, substituída por
Marcílio Marques Moreira,
que deu impulso à renegociação da dívida externa. A
política de juros altos de
Marcílio e a situação externa
favorável atraíram dólares
que engordaram as reservas
do BC e permitiram, em
1994, o lançamento do Real.
Texto Anterior: "Sem obsessão", Collor quer voltar Próximo Texto: Ex-presidente deve R$ 8,4 mi ao fisco Índice
|