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OPERAÇÃO VAMPIRO/OUTRO LADO
Pedrosa e outros 10 acusados de irregularidades são soltos; 3 continuam presos
Empresário elogia PF, mas nega fraude
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro dia após deixarem
a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde passaram
dez dias presos em decorrência da
Operação Vampiro, apenas um
dos acusados de envolvimento
em fraudes em licitações do Ministério da Saúde deu entrevista
para negar envolvimento com o
caso. Outros não quiseram comentar o assunto ou não foram
localizados.
Na madrugada de ontem, 11
pessoas presas pela PF no dia 19
foram liberadas, sendo sete em
Brasília, três em São Paulo e uma
no Rio de Janeiro. Outros três empresários continuam presos porque o prazo da prisão temporária
ainda não terminou. Mais três
presos tinham sido liberados logo
após prestarem depoimento.
O empresário Eduardo Passos
Pedrosa, que aparece na investigação da PF tratando de contratos
do Ministério da Saúde, disse ontem à Folha que foi envolvido nas
investigações devido à atuação de
seu ex-sócio Lourenço Rommel
Ponte Peixoto.
Peixoto, segundo as apurações
da Operação Vampiro, intermediaria negociações entre fornecedores de produtos do Ministério
da Saúde e os servidores.
Pedrosa e sua mulher são sócios
da Phoenix Segurança Patrimonial, na qual Peixoto teve participação. "Fui sócio de uma pessoa
[Peixoto] que não sou há mais de
três anos, por isso fui parar lá
[Operação Vampiro]", disse Pedrosa.
O empresário afirmou que, agora que foi solto, "vai mostrar que
não tem nada a ver com essa história". Ele ainda disse que o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal é "fundamental" e que "se tiver algum culpado que pague".
Já a mulher do lobista Romeu de
Amorim disse que ontem que ele
não falaria com a imprensa. O ex-integrante da Comissão Geral de
Recursos Logísticos do ministério
Manoel Pereira Braga Neto também não quis falar sobre o caso.
Luiz Cláudio Gomes da Silva,
ex-coordenador-geral de Recursos Logísticos do ministério, não
foi localizado.
O filho do ex-presidente da comissão de licitações do Ministério
da Saúde Mário Machado da Silva
afirmou que o pai não estava em
casa e não tem celular. Também
disse que não sabia a que horas
Silva voltaria.
Francisco Danúbio Honorato
estava em seu apartamento, mas a
mulher dele disse que ele não iria
falar sobre a acusação. Foram deixados recados para o advogado.
A Folha também tentou, sem
sucesso, encontrar André Murgel
no endereço que consta no pedido de habeas corpus como sendo
dele, uma casa no Lago Sul, bairro
nobre de Brasília.
Em São Paulo, os três empresários que estavam na superintendência da PF, Elias Esperidião Abboadalla, Laerte Correa Júnior e
Marcelo Pitta, deixaram o prédio
por volta das 0h.
O advogado de Correa Júnior
disse que entraria em contato
com a reportagem, o que não
ocorreu até o fechamento desta
edição.
Contatado por telefone, o advogado de Pitta, Arnaldo Malheiros
Filho, ditou uma nota: "Marcelo
Pitta participava de licitações no
Ministério da Saúde representando a Cruz Vermelha Americana,
entidade beneficente conhecida
em todo o mundo. É a primeira
vez na história que alguém diz
que a Cruz Vermelha integra quadrilha".
Abboadalla foi procurado em
um de seus telefones e em endereços em seu nome, mas não foi localizado. No Rio, Armando Garcia Coelho, também solto ontem,
não se manifestou.
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