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ELEIÇÕES 2004
Governador chega da China e dará o aval ao acordo que garantirá o apoio ao PSDB na disputa em São Paulo
PFL deve descartar Pinotti e apoiar Serra
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL
O governador paulista, Geraldo
Alckmin, volta hoje de sua viagem
à China e deve avalizar o acordo
praticamente fechado entre o seu
PSDB e o PFL em torno da pré-candidatura do ex-ministro e ex-senador tucano José Serra a prefeito de São Paulo.
O nome do deputado José Aristodemo Pinotti como pré-candidato do PFL perdeu força na última semana com a divulgação da
pesquisa Datafolha de intenção de
votos, domingo passado, e com o
anúncio de uma possível aliança
entre PDT, PSB e PMDB para enfrentar José Serra, Marta Suplicy
(PT) e Paulo Maluf (PP).
Alckmin chega hoje a São Paulo
e já recebe um panorama das conversas entre os tucanos e os pefelistas realizadas na última semana. Passará também pelo governo
do Estado o acerto final dos pontos da aliança, que deverá dar o
posto de vice ao PFL. Com a coligação, o tempo de TV de Serra ultrapassará dez minutos.
Último entrave do acordo, o
presidente pefelista, Jorge Bornhausen, entusiasta da candidatura de Pinotti, já emitiu sinais de
que aceita o apoio a Serra, amparado na opinião do senador Marco Maciel (PE) e do vice-governador paulista, Cláudio Lembo, ambos pró-coligação.
Na pesquisa Datafolha, Serra
aparece com 26% das intenções
de voto, e Pinotti, com 4%.
Antes de a pré-candidatura de
Serra ser lançada, no último dia
13, Bornhausen chegou a admitir
a interlocutores que, se o candidato fosse o ex-senador, o apoio ao
PSDB aconteceria naturalmente.
Gilberto Kassab, vice-presidente estadual do PFL, é apontado
hoje como o nome mais provável
a ocupar o cargo de vice. Mas o
pefelista diz não ter interesse na
vaga.
Outros cotados são os secretários de Estado Lars Grael (Juventude, Esporte e Lazer) e Alexandre
de Moraes (Justiça), além do próprio Pinotti. Os dois secretários,
no entanto, têm pouca sustentação partidária. Resta também
acertar detalhes da participação
do PFL em um eventual governo
Serra.
Duas importantes coordenadorias da secretaria de Grael, por
exemplo, reclamam os pefelistas,
estão com o PSDB.
Oficialmente, o PFL aguardará
seu programa de TV, que irá ao ar
amanhã e no qual Pinotti será a
principal estrela, para definir o
apoio ao PSDB. Após a exibição
do filmete, serão feitas pesquisas
qualitativas. Os pefelistas avaliam
que, mesmo com a aparição na
TV, o resultado da sondagem servirá de argumento para Pinotti
abandonar a disputa.
Em busca da candidatura própria, Pinotti deixou o PMDB e filiou-se ao PFL no ano passado. Já
está em campanha pela periferia
de São Paulo.
"Não me sinto pressionado pelo
partido. Acho que há um assédio
muito grande do PSDB, mas minha candidatura persiste", disse o
deputado, que completou: "Se
fosse um assédio com mais romantismo, eu talvez estivesse disposto a negociar".
Um dos coordenadores da campanha de Serra, o ex-deputado José Aníbal, disse que o entendimento entre PMDB, PSB e PDT
"acelerou as negociações" dos tucanos. Amanhã, essas três legendas discutem a criação da Frente
Alternativa para São Paulo.
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