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Empresas de brindes esperam lucro alto nas eleições
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Porta-comprimidos para a
campanha do "pai" dos genéricos, o presidenciável governista,
José Serra (PSDB-PMDB). Estrelas de espuma vermelha anti-stress para quem vota no candidato do PT à Presidência, Luiz
Inácio Lula da Silva. Para os eleitores evangélicos do presidenciável do PSB, Anthony Garotinho,
marcadores de Bíblia. Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT) à Presidência, distribuirá o kit usual: camiseta/santinho/button.
Os brindes inusitados ou comuns, solicitados mesmo antes
do início oficial das campanhas
para as eleições deste ano, em 6 de
julho, já acumulam orçamentos
nas empresas especializadas em
brindes para a eleição -período
em que há um aumento de até
20% no faturamento anual do setor, que é de R$ 1,5 bilhão.
Competitivos
"Além dos candidatos às [eleições" proporcionais [deputados
estaduais, federais e senadores",
que dão muito lucro, há quatro
candidatos competitivos à Presidência, certamente dispostos a investir- algo que não víamos desde 1989", declarou o presidente da
(Anfab) Associação Nacional dos
Fabricantes de Brindes, Fábio
Bom Ângelo, que agrega cerca de
300 empresas.
A empresa Sertha Brindes enviou dois orçamentos para a
agência de Nizan Guanaes, que
coordena a campanha de Serra: o
de um porta-comprimidos simples, sem divisórias, que sai por
R$ 0,30 a unidade, e outro com os
horários do remédio na tampa,
custando R$ 0,40 cada.
Também preparou outro orçamento para a agência de Duda
Mendonça, publicitário da campanha de Lula: da produção especial de bolinhas anti-stress, em
um formato diferente -a tradicional estrela-símbolo do PT.
O dono da Still Promotion,
Glauco Alves, está preparando
protótipos de anéis com estrelas,
também para o PT. "Entreguei
para a equipe de Duda um protótipo de plástico vermelho, cada
um custando R$ 0,30", contou.
O publicitário Claudio Mello,
professor de pós-graduação em
vendas e merchandising da ESPM
(Escola Superior de Propaganda e
Marketing de São Paulo) afirma
existirem pesquisas que demonstram que os brindes eleitorais tradicionais, como camisetas, canetas e bonés, são retrógrados e normalmente são recebidos com
mau humor pelo eleitor.
"Exceto para o militante ou para
quem usa a camiseta como vestimenta, o brinde retrógrado é motivo de descaso para o eleitor mais
bem informado", disse.
Para o professor, se as equipes
de publicidade começarem, contudo, a pensar em brindes mais
inusitados, a reação do eleitor pode ser diferente.
Brinde setorizado
O publicitário Elysio Pires, que
coordena a campanha do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse que ainda
não há nenhum trabalho direcionado a brindes diferenciados para
a campanha do ex-governador
fluminense.
Segundo Pires, a idéia de Garotinho- de distribuir cofrinhos
para doações de R$ 1-, está sendo estudada juridicamente.
"Em vez disso, vamos ver se a lei
permite vendermos "praguinhas
[adesivos redondos" com os dizeres: "Eu contribui com R$ 1 para a
campanha do Garotinho'", adiantou o publicitário.
O apoio evangélico ao pré-candidato do PSB já está sendo materializado em kits distribuídos em
algumas igrejas, com marcadores
de Bíblias e os tradicionais santinhos com fotos de Garotinho.
"Os marcadores de Bíblia não
estão sendo feitos pela equipe oficial. Além disso, só atingem um
eleitorado específico, os evangélicos", disse Pires.
O publicitário da campanha de
Ciro, Einhard Jácome da Paz, disse que só houve trabalho para a
confecção de brindes para a convenção do partido. Segundo ele,
não é idéia do candidato fazer
brindes para a campanha.
"Distribuir brindes tem algum
retorno, mas é muito caro. O que
temos para investir será em brindes simples, como camisetas e
chaveiros, de forma a poder investir em um jornalzinho para a
campanha e na estrutura para os
comícios", afirmou.
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