|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Candidata suspeita de coagir eleitor é presa
Conforme a PF, Carminha integra uma quadrilha que obriga moradores do Rio a votarem nela; ela nega
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Quinze pessoas foram presas
no Rio, em operação da Polícia
Federal, suspeitas de coagir
eleitores na zona oeste da cidade a votar e participar da campanha de Carmem Glória Guinâncio Guimarães, a Carminha
Jerominho (PT do B), também
detida. Todos são acusados de
integrar milícia que atua em
Campo Grande.
O Tribunal Regional Eleitoral expediu 22 mandados de
prisão temporária -15 haviam
sido cumpridos até a conclusão
desta edição, incluindo dez
PMs- descrevendo como crimes tentativa de homicídio,
formação de quadrilha e coação
eleitoral. Todos seriam levados
para o presídio federal em Catanduvas (PR).
Depoimentos de um comerciante de gás e do administrador de um condomínio na área
onde a milícia atua apontou, segundo a polícia, o modo como o
grupo ameaça moradores a fim
de aumentar a votação da candidata e garantir o financiamento da campanha.
Carminha é a terceira da família Guimarães a ser presa em
oito meses. O vereador Jerominho (PMDB) -pai dela- e o
deputado estadual Natalino
(ex-DEM, hoje sem partido)
-tio- foram presos sob acusação de comandar a milícia.
Conforme a PF, Carminha e
o ex-PM Luciano Guinâncio
Guimarães (também filho de
Jerominho e foragido desde dezembro) "herdaram" o comando da milícia, autodenominada
"Liga da Justiça". A família nega participação no grupo.
Segundo a polícia, o grupo
tentou instalar um centro social em nome de Carminha no
Condomínio Parque dos Eucaliptos. O administrador do local, Carlos Eduardo Marinho
dos Santos, impediu. Em depoimento à PF, ele diz que sofreu
um atentado a tiros.
Ontem à noite, o delegado
Jami-Noá Medeiros de Araújo,
47, que atuou, dentro da Corregedoria Geral Unificada (CGU),
nos processos de demissão de
Natalino e cassação da aposentadoria de Jerominho -ambos
policiais-, teve seu carro fechado por dois automóveis na
Tijuca (zona norte) e recebeu
um tiro no peito e outro no braço. Foi internado em estado
grave. A polícia vai investigar se
foi vingança.
Outro lado
Os advogados de Carminha e
Luciano Guimarães negaram
as suspeitas da PF de que eles, e
mais 20 pessoas, ameaçaram
moradores de Campo Grande
ou que façam parte de algum
grupo paramilitar.
Para o advogado Esio Lopes,
a polícia está sendo usada por
políticos interessados no eleitorado da região.
Texto Anterior: Saiba mais: Nicolau foi condenado por três crimes Próximo Texto: Outro lado: Para defesa, prisão tem fim político Índice
|