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RUMO A 2004
Eleições em Santos voltam a dividir o PT
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Quase oito anos após a virulenta
disputa que pôs fim ao laboratório de experiências sociais do PT
em Santos (SP), quatro postulantes se enfrentarão hoje na prévia
que escolherá o candidato do partido à prefeitura da cidade, a principal do litoral paulista.
Entre os dirigentes partidários,
é quase unânime a avaliação de
que nenhum dos quatro conseguirá a preferência de mais de
50% dos 1.253 filiados com direito
a voto. Se a expectativa se confirmar, os dois mais votados disputarão um segundo turno no próximo dia 14 de dezembro.
Além da deputada federal Telma de Souza, que pretende se
candidatar ao cargo pela quinta
vez, os demais postulantes são os
deputados estaduais Maria Lucia
Prandi e Fausto Figueira, o preferido da cúpula nacional do partido, e o assistente social Flávio Saraiva. Os três primeiros integram
o chamado "campo majoritário"
do PT. O último representa a "esquerda" do partido.
Na eleição de 1996, o confronto
entre os grupos do então prefeito
David Capistrano Filho (morto
em 2000) e de sua antecessora,
Telma de Souza, resultou numa
"guerra fratricida", como costumam definir os petistas. A candidata do prefeito, a ex-vereadora
Suely Maia, enfrentou Telma na
prévia e perdeu.
Contra-exemplo
O conflito produziu um "racha"
inconciliável no PT local que levou à derrota da ex-prefeita para
Beto Mansur (PP), reeleito em
2000 contra a mesma adversária.
Até hoje, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva costuma usar o caso
de Santos como um contra-exemplo de como o partido deve se
preparar para uma eleição.
Desta vez, a disputa se desenvolve em um ambiente "bastante civilizado", segundo a presidente
do diretório municipal do PT, vereadora Cassandra Maroni Nunes. "Minha preocupação é com o
segundo turno", afirmou, em referência ao risco de a disputa se
tornar mais ferrenha.
Embora as tentativas de consenso destinadas a evitar a prévia
tenham fracassado, ela afirma
que nos debates internos os pré-candidatos se comprometeram a
apoiar o vencedor.
"O problema não é a prévia,
mas como se chega a ela. Em 96, o
caminho foi muito difícil e deixou
feridas. Hoje, há quatro pré-candidatos, mas todos aprenderam
com aquilo", disse o ex-vereador
Brito Coelho, pré-candidato à
Prefeitura de São Vicente e coordenador da Macrorregião da Baixada Santista do PT.
O vencedor da prévia petista deverá ter como principais adversários o atual diretor-presidente da
Cetesb, o ex-deputado Rubens
Lara (PSDB), o vice-prefeito João
Paulo Papa (PMDB), provável
candidato de Beto Mansur, e, possivelmente, o deputado federal
Vicente Cascione (PTB), vice-líder do governo Lula na Câmara.
Dentre os maiores municípios
paulistas, o PT teve de recorrer a
prévias para escolher candidatos
a prefeito para 2004 em Sorocaba,
Jundiaí e Cubatão. Hoje, além de
Santos, haverá prévia no Guarujá.
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