|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RORAIMA
Governador do PT afirma que, se cair, cai de pé
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
Dizendo-se muito "acuado,
cansado e pressionado" pelo momento político vivido por sua administração, atingida por uma investigação que apura desvios de
recursos públicos da ordem de R$
230 milhões e uma ação que tramita na Justiça Eleitoral, o governador de Roraima, Flamarion
Portela, 48, (PT) demonstrou receio de perder o cargo, mas disse
ter a "consciência limpa" .
"Se eu cair, eu caio de pé", disse
o governador petista ontem. Portela também reagiu às declarações
de companheiros de partido que
acreditam que o seu nome precisa
ser investigado.
"Jamais pensei na minha vida
em ser governador. E, agora, eleito, não imaginava encontrar tanta
dificuldade. Tem horas que a gente até faz uma reflexão: "Meu
Deus, será que precisa ser tão difícil construir algo para melhorar a
vida das pessoas?" Estou muito
acuado, na defensiva, muito bombardeado. Acham que Roraima é
um bando de bandidos querendo
assaltar o Estado, e não é assim."
Portela diz ter se filiado ao PT,
neste ano, por convites de Silvio
Pereira, secretário Nacional de
Articulação do partido, do presidente da sigla, José Genoino, e do
ministro José Dirceu (Casa Civil),
para honrar o partido.
"Se o partido achar que estou
desonrando o PT, eu tenho condições, tranquilamente, de me desligar. Se algum membro achar
que estou desonrando o partido, e
assim também entender a direção, eu saio. Essas declarações [de
que seu nome deve ser investigado], me causam muito impacto e
me surpreendem."
O governador, em um momento que não conseguiu conter as lágrimas, falou sobre a possibilidade de perder o cargo, uma vez que
tramita contra ele, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma ação
de abuso do poder econômico,
que teria sido cometido durante o
pleito de 2002. Além disso, as investigações sobre o "escândalo
dos gafanhotos" demonstrariam
que, durante a gestão de Portela
no ano passado (ele assumiu o
poder em abril de 2002, no lugar
de Neudo Campos), os desvios de
recursos públicos teriam continuado.
Texto Anterior: Rumo a 2004: Eleições em Santos voltam a dividir o PT Próximo Texto: Social no divã: "Remédio" contra a pobreza divide o PT Índice
|