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Estudo prevê impacto de mudança do clima no Rio
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Avanço do nível do mar, enchentes, secas, savanização, extinção de espécies e migrações
em massa. Este será o cenário
do Rio de Janeiro nos próximos
cem anos, segundo o resultado
de uma série de estudos encomendados pela Secretaria Estadual do Ambiente.
Paulo Rosman, professor da
UFRJ, um dos autores do trabalho, afirma que a estimativa
de aumento do nível médio dos
oceanos em meio metro nos
próximos cem anos deve levar
ao avanço do mar em direção às
áreas costeiras e até a uma possível mudança na direção das
ondas, o que alteraria e reduziria a faixa de areia nas praias.
Regiões como a Baixada Fluminense devem enfrentar enchentes cada vez mais fortes,
fruto do aumento na intensidade das tempestades e da dificuldade de escoar água para um
mar mais elevado.
O calor deve afetar também a
fauna e a flora. As principais
conseqüências, diz o estudo, serão sentidas no norte do Estado, que pode ter seus remanescentes de floresta convertidos
em savana. No centro, a mata
densa atual dará espaço a uma
floresta adaptada a clima seco.
Com mudanças no habitat, algumas espécies podem se extinguir, sobretudo as mais restritas a áreas pequenas.
A boa notícia, porém, é que
existe tecnologia para minimizar parte dos problemas. O
aterro de praias pode evitar que
cartões postais como Copacabana e Ipanema se descaracterizem, pelo menos enquanto o
nível do mar não subir muito.
Em alguns casos, o custo das
operações de mitigação, segundo os especialistas, não devem
provocar a retirada das populações de áreas pobres.
No caso da fauna e da flora,
uma maneira de evitar os problemas é conectando os fragmentos de mata atlântica. "A
vegetação original está muito
fragmentada, o que impede que
as espécies se desloquem", diz o
cientista Carlos Nobre, do Inpe, um dos autores do relatório.
"Para que elas sobrevivam no
futuro, é preciso aumentar a
conectividade das áreas."
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