São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Estudo prevê impacto de mudança do clima no Rio

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Avanço do nível do mar, enchentes, secas, savanização, extinção de espécies e migrações em massa. Este será o cenário do Rio de Janeiro nos próximos cem anos, segundo o resultado de uma série de estudos encomendados pela Secretaria Estadual do Ambiente.
Paulo Rosman, professor da UFRJ, um dos autores do trabalho, afirma que a estimativa de aumento do nível médio dos oceanos em meio metro nos próximos cem anos deve levar ao avanço do mar em direção às áreas costeiras e até a uma possível mudança na direção das ondas, o que alteraria e reduziria a faixa de areia nas praias.
Regiões como a Baixada Fluminense devem enfrentar enchentes cada vez mais fortes, fruto do aumento na intensidade das tempestades e da dificuldade de escoar água para um mar mais elevado.
O calor deve afetar também a fauna e a flora. As principais conseqüências, diz o estudo, serão sentidas no norte do Estado, que pode ter seus remanescentes de floresta convertidos em savana. No centro, a mata densa atual dará espaço a uma floresta adaptada a clima seco. Com mudanças no habitat, algumas espécies podem se extinguir, sobretudo as mais restritas a áreas pequenas.
A boa notícia, porém, é que existe tecnologia para minimizar parte dos problemas. O aterro de praias pode evitar que cartões postais como Copacabana e Ipanema se descaracterizem, pelo menos enquanto o nível do mar não subir muito. Em alguns casos, o custo das operações de mitigação, segundo os especialistas, não devem provocar a retirada das populações de áreas pobres.
No caso da fauna e da flora, uma maneira de evitar os problemas é conectando os fragmentos de mata atlântica. "A vegetação original está muito fragmentada, o que impede que as espécies se desloquem", diz o cientista Carlos Nobre, do Inpe, um dos autores do relatório. "Para que elas sobrevivam no futuro, é preciso aumentar a conectividade das áreas."


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