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Peça crucial do foguete é fabricada na Rússia
DA REPORTAGEM LOCAL
A tecnologia presente no VLS-1
é quase totalmente nacional. Mas
um elemento crucial de seu funcionamento é importado da Rússia. O equipamento, instalado entre o terceiro e o quarto estágios
do foguete, serve para fazer o basculamento (controle da inclinação do lançador para a colocação
do satélite em órbita) e o rolamento (a indução de rotação).
Os sistemas de controle de basculamento e rolamento são uma
tecnologia ultra-sensível, por seu
uso duplo -é a mesma que ajuda
um míssil balístico militar a controlar sua direção rumo ao alvo.
Por isso, é a peça mais difícil de
adquirir para o foguete nacional.
Por conta da dificuldade da
aquisição, surgiram até alguns rumores de que o sistema comprado para o segundo vôo do VLS-1
teria sido contrabandeado -em
razão da discrição com que a
compra foi feita, para não chamar
a atenção dos EUA, que se opõem
fortemente ao desenvolvimento
de tecnologia nacional de lançamento de satélites.
Apesar da aquisição das peças, o
Brasil continua totalmente no escuro sobre o que faz o sistema
funcionar. Ele é comprado e enviado fechado para os técnicos
que fazem a integração com o foguete brasileiro, sem dar a chance
de que eles estudem o projeto e
desenvolvam a tecnologia por engenharia reversa.
Numa palestra realizada na
Universidade de São Paulo no
mês passado, o presidente da
AEB, Luiz Bevilacqua, admitiu
que esse era um dos gargalos tecnológicos para o avanço dos programas de lançadores brasileiros.
O outro seria o domínio da criação de propulsores movidos a
combustível líquido. Tecnologicamente mais avançados e complexos que os de propelente sólido, esses sistemas permitem um
melhor controle do impulso dado
ao foguete lançador e de sua trajetória ao longo de uma missão.
Além disso, eles são mais seguros em vôo, uma vez que é possível cortar o suprimento de combustível e interromper a queima
-coisa que não pode ser feita
com os sólidos. Mas são mais difíceis de manusear e exigem baixa
temperatura. (SN)
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