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MULTIMÍDIA
Acidente repercute nos EUA e Europa
DA REDAÇÃO
O diário espanhol "El País" destacou na capa de sua edição de
ontem os 16 mortos na explosão
de um protótipo brasileiro do
VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), que colocaria em órbita, na
próxima semana, dois satélites
com finalidades científicas. "O
Brasil está de luto", dizia o texto
do jornal. "Aquele que seria o primeiro foguete de fabricação própria lançado na América Latina
explodiu no centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão, no
nordeste do Brasil." Segundo o
"El País", a explosão teria ocorrido no momento em que o presidente da Agência Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua, realizava
uma entrevista coletiva na qual
detalhava o acordo de cooperação
e de associação tecnológica firmado com a Ucrânia, herdeira de
parte da tecnologia espacial da
antiga União Soviética. De acordo
com o diário espanhol, o diretor
da Agência Espacial da Ucrânia,
Valeriy Komarov, presente na coletiva, teria afirmado que o acidente "não impedirá que a parceria com o Brasil continue".
Outros jornais europeus e diários americanos também deram
destaque para a explosão em seus
noticiários internacionais.
O "Independent", do Reino
Unido, e o "Washington Post",
dos EUA, noticiaram que 21 técnicos haviam morrido na explosão
(número confirmado só na tarde
de ontem), causada por uma falha, de origem ainda desconhecida, na ignição do VLS-1.
O texto de ontem do "New York
Times" observava que o Centro
de Lançamento de Alcântara é
considerado um dos melhores do
mundo por sua proximidade com
o Equador. "A força centrífuga associada à rotação da Terra é mais
intensa na região, o que torna
mais fácil o lançamento de veículos para o espaço." Segundo o jornal, tal vantagem teria atraído a
atenção dos EUA e da Europa,
que buscam alternativas mais baratas para o Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e para a base de
Kourou, na Guiana Francesa.
O "USA Today" chamou o acidente brasileiro de "desastre" e
destacou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de
que o programa espacial brasileiro "continua a ser uma prioridade, apesar da explosão".
O texto da edição de ontem do
argentino "Clarín" informava que
a explosão frustrou, pela terceira
vez, tentativa brasileira, em sete
anos, de se converter na primeira
nação latino-americana a lançar
seu próprio foguete no espaço.
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