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Material reaproveitado gera economia
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Economizar na reforma,
personalizar a casa e ainda
colaborar com a preservação
do ambiente. Essas são algumas vantagens do reaproveitamento de material.
Em uma das reformas residenciais que fez, a arquiteta
Bianka Mugnatto, 39, usou a
cerâmica retirada de uma
parede como cacos no jardim, transformou a porta
antiga em tampo de mesa e
fez, com o velho portão
de ferro retorcido, uma divisão do hall com a sala.
"É obrigação do profissional ter jogo de cintura e fazer
as mudanças necessárias ficarem dentro do orçamento
previsto. No caso do reaproveitamento, além da economia, a casa pode ficar singular", afirma Mugnatto.
A apresentadora da TV
Cultura Flávia Lippi, 34, vem
reformando sua casa há oito
anos, sempre com materiais
usados. "É um processo diferente, pois você acha uma
porta ou uma janela de que
gosta e então procura a parede", conta. Além de vasculhar depósitos de demolição,
ela chegou a pegar material
de construção na rua.
"Vidros, tijolos, madeira,
muita coisa boa é jogada fora. Dá para fazer uma casa
com reaproveitamento."
Novas utilidades
E não só os resíduos da
construção civil podem ser
reaproveitados. O engenheiro civil, pesquisador e colaborador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Luis Otto Faber
Schmutzler, 64, desenvolveu
uma manta para colaborar
no desempenho térmico das
construções.
O material é confeccionado com a união de caixas de
leite longa vida abertas, que
formam uma manta com face de alumínio. Ela é colocada entre a estrutura e as telhas. "Nos testes, as casas
com a manta tiveram uma
redução na temperatura de
9C a 20C, dependendo da
ventilação", diz Schmutzler.
Um material como esse
custa a partir de R$ 4,50 por
metro quadrado, e o custo
da mão-de-obra começa em
cerca de R$ 20, pela mesma
medida, segundo a Isolant,
empresa do ramo. Mas além
de ser vendido para melhorar o desempenho térmico, o
material da empresa é usado
para impermeabilizar.
O professor de arquitetura
da USP de São Carlos Marcelo Tramontano, 44, diz
que, apesar de o projeto parecer válido e termicamente
possível, é cético com essas
novas tecnologias.
"Pelo que sei, é um projeto
artesanal e não cria ciclos
econômicos, empregos. E é
preciso estudar mais as propriedades para recomendar
qualquer descoberta."
(AM)
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