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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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MÃO-DE-OBRA

Para esticar a vida dos materiais, cliente deve procurar profissionais treinados por empresas e instituições

Mantenha distância do faz-tudo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pouco adiantam o esmero e a atenção na hora de comprar tubos, conexões, cabos ou disjuntores se a mão-de-obra contratada para instalá-los errar a mão.
"Na maioria dos casos que visitamos, o problema decorre da instalação equivocada", conta Victor Bombana, 39, representante da American Leak no Brasil, empresa que detecta vazamentos.
Segundo especialistas, é preciso evitar profissionais que fazem de tudo, o famoso quebra-galho, pois provavelmente eles não conhecem as redes a fundo, e os prejuízos de um serviço malfeito podem sobrar até para os vizinhos.
Foi o que aconteceu no prédio onde mora a arquiteta Flávia Ralston. Para resolver um vazamento em um dos apartamentos, foi chamado o faz-tudo do prédio, que remendou a tubulação. "Dias depois, o sistema estourou novamente com mais força."

Gambiarra
Uma prática comum da mão-de-obra não especializada é esquentar os tubos para encaixá-los no sistema. "Esse processo é conhecido por "maria-mole" e compromete o material, pois o PVC fica fragilizado naquele ponto", ensina o engenheiro Hesley Tomazetti, 43, da Hidráulica Tomazetti.
Outro erro de instalação é a falta de cuidado na interação entre os materiais de água fria e de água quente. "Na combinação entre cobre e PVC é preciso ter cuidado com a solda do cobre, para que o processo não afete o outro tubo", alerta o engenheiro Geraldo Casagrandi Mansoldo, 43.
Na rede elétrica, o maior problema acontece no subdimensionamento do sistema. Para o engenheiro Paulo Rewald, 48, diretor de instalações elétricas e hidráulicas do Secovi-SP, "a fiação insuficiente pode gerar incêndio".

Caça
Para aumentar a chance de acerto na escolha do profissional, é preciso seguir algumas dicas. As grandes empresas e organizações do ramo geralmente dão treinamento a autônomos. Algumas ainda firmam convênios com escolas especializadas, como fizeram o Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) e a Amanco (Akros e Fortilit) com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
No caso do Procobre, as aulas formam eletricistas, que podem ser encontrados no site da instituição: www.procobrebrasil.org.
Já no convênio feito com a Amanco, o Senai vai treinar profissionais para hidráulica. "Vamos colocar a lista no site, mas por enquanto é preciso procurar nas lojas", diz diretor comercial da empresa André Fauth, 38.
A Tigre também oferece os profissionais. "Os cursos são direcionados ao instalador, ao balconista e ao gestor", conta Beto do Valle, 33, gerente da Universidade Tigre. Para encontrar o encanador que está qualificado é preciso checar nos revendedores.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) também dá indicações, só que para limpeza de caixa-d'água. A lista pode ser consultada no site www.sabesp.com.br.
Apesar do esforço das empresas e das organizações no treinamento de autônomos, há quem indique ao consumidor que procure empresas especializadas.
"Existem bons profissionais, mas nesses sistemas há engenharia, e será que eles sabem calcular a bitola adequada?", questiona José Jorge Chaguri, 51, diretor da Sindistalação (Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulica e Sanitárias do Estado de São Paulo ).
Quem quiser conferir pode encontrar algumas empresas relacionadas no site do sindicato, www.sindinstalacao.com.br.
O órgão também bolou uma certificação de qualidade para empresas de instalação do sistema de gás, que também podem ser encontradas no portal.


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