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Plano de construtoras prevê 54 viadutos, 44 avenidas e 18 pontes
Finalizado a pouco mais de um mês das eleições, documento tem projeções ilustrativas e estimativas de custo de cada obra
Das 200 intervenções, 58% são consideradas pequenas, com preço de até R$ 30 mi, e quase um terço já consta dos planos do poder público
DA REPORTAGEM LOCAL
"São Paulo por um trânsito
melhor", o plano de obras viárias das construtoras para a capital paulista, contempla 54
viadutos, 18 pontes, 44 novas
avenidas, 26 alargamentos ou
duplicações, 36 passagens subterrâneas e 13 túneis.
O documento de 149 páginas
tem projeções ilustrativas e estimativas de custo de cada uma
das 200 obras. Foi finalizado a
pouco mais de um mês das eleições, como resultado do trabalho de uma consultoria liderada por Francisco Moreno Neto,
engenheiro e ex-professor da
Escola Politécnica da USP
(Universidade de São Paulo).
"O Estado brasileiro, em todos os níveis, perdeu a capacidade de formular projetos, de
pré-desenhar a cidade. Opta
por uma interlocução privilegiada com os grandes empreiteiros", afirma Raquel Rolnik,
que já foi secretária de programas urbanos do Ministério das
Cidades no governo Luiz Inácio
Lula da Silva (PT).
Entre os projetos sugeridos
pelas construtoras há, na região
central, um "mergulhão" (seqüência de passagens subterrâneas) de R$ 323 milhões na
avenida do Estado, do parque
Dom Pedro até a avenida Cruzeiro do Sul.
"São obras tentadoras para
quem anda de carro. Mas grande parte é pouco prioritária,
num contexto em que há pouco
dinheiro", diz Claudio Barbieri,
professor do departamento de
transportes da Poli-USP.
No transporte coletivo, há
destaque para os 258 km de novas pistas exclusivas para ônibus, especialmente no corredor
da 23 de Maio até a avenida
Interlagos.
Alívio localizado
A proposta das empreiteiras
não envolve só grandes obras:
58% delas são intervenções
consideradas pequenas, pelo
preço de até R$ 30 milhões.
Parte dos projetos recupera
idéias antigas e quase um terço
já consta também dos planos
do poder público -como a criação de um corredor de caminhões na avenida dos Bandeirantes, de um túnel entre a
avenida Jornalista Roberto
Marinho e a rodovia dos Imigrantes, de uma pista auxiliar
na marginal Tietê e de um corredor paralelo à via, do Piqueri
à Casa Verde.
"As novas vias podem trazer
alívios localizados. Mas, em São
Paulo, viaduto é sempre a menor distância entre dois pontos
congestionados", afirma Jaime
Waisman, professor da USP.
As empreiteiras calculam ser
possível executá-lo nos próximos quatro anos com uma reserva pouco superior a 10% do
Orçamento da prefeitura, estimado em R$ 25 bilhões/ano.
Para tanto, seria necessário
mais do que triplicar a expectativa de gastos em novas obras
viárias pela gestão Gilberto
Kassab (DEM) -que prevê até
2012 para o setor R$ 4 bilhões.
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