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PF diz que planeja agir no feriado
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal planejou o início da repressão à prostituição infanto-juvenil em Copacabana só
para a noite de sexta porque haveria mais turistas e cresceriam as
chances de sucesso.
É o que diz o delegado Valdinho
Jacinto Caetano, coordenador de
Ordem Política e Social da PF e
responsável nacional pela Operação 12 de Outubro - 2. Até a conclusão desta edição não havia balanço da operação.
O delegado aponta dificuldades
técnicas no trabalho. As menores
são vítimas, não criminosas.
Prender em flagrante clientes e
agenciadores costuma ser difícil.
Exemplifica: um maior de idade
não pode ser preso por estar com
uma jovem menor de 18 anos numa mesa de bar. ""Agir assim poderia configurar abuso de poder."
A participação da PF no pool
formado no Rio para combater o
narcotráfico no Carnaval pode
enfraquecer o contingente na
campanha antiprostituição.
O delegado estadual Cláudio
Ascoli, titular da Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente há um mês, diz que a essência da investigação é descobrir
quem são os agenciadores de menores. Em Copacabana, Ascoli estabelece como alvo relevante o
""disque-sexo", serviço de contratação por telefone.
Outra necessidade da política
contra a prostituição infanto-juvenil é o apoio social depois do recolhimento dos menores, afirma.
A reincidência é grande. Os números confirmam: houve meninas detidas até cinco vezes.
O secretário-executivo da Abrapia (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), Lauro Monteiro Filho, divulgou anteontem o
novo balanço do disque-denúncia nacional (0800-99-0500) contra abuso e exploração sexual de
menores, mantido desde 1997.
O Rio é a cidade com mais denúncias, seguido de Fortaleza.
Lauro Filho contextualiza a exploração sexual como fenômeno
de ""um país de grandes desigualdades sociais".
A coordenadora da Rede Brasileira de Profissionais do Sexo, Gabriela Leite, condena a exploração
de crianças e adolescentes e também a nova campanha do governo. Ela afirma que, ao buscar as
menores, a polícia prende também as prostitutas. ""Há muito
tempo não queremos menores na
área." Prostituir-se não é crime,
para maiores de idade. Explorar a
prostituição, sim.
Informado sobre a reportagem
desde o fim da manhã de sexta-feira, o Ministério da Justiça não
se pronunciou.
(MM)
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