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CAOS NO RIO
Operação Guanabara conta com 39 mil homens do Exército, das polícias Militar e Civil e da Guarda Metropolitana
Exército ocupa 25 pontos estratégicos
DA SUCURSAL DO RIO
No dia do aniversário do Rio de
Janeiro, que completou ontem
438 anos, a cidade acordou com
soldados das Forças Armadas e
policiais militares posicionados
em 25 pontos considerados estratégicos para tentar garantir a segurança no Carnaval.
A operação acontece após uma
onda de violência que atingiu a cidade por cinco dias, com um saldo de três mortes, 48 veículos incendiados e seis bombas caseiras
lançadas por traficantes.
As principais avenidas, túneis e
bairros da cidade foram vigiados
por militares e PMs, em grupos de
três a seis soldados.
Tanques, carros blindados e caminhões foram usados na operação. A governadora Rosinha Matheus (PSB) afirmou ontem que
39 mil homens, entre Exército,
Polícia Militar, Polícia Civil e a
Guarda Municipal, estão atuando
nas ruas.
No centro, o efetivo da Marinha
circulou com um carro, um jipe e
três caminhões. Um contingente
de cerca de 50 homens fez o policiamento de praças e ruas daquela
região. O objetivo era proteger
milhares de pessoas que chegavam e saíam da rodoviária.
Os militares também se concentraram na Linha Amarela, que liga as zonas norte e oeste, onde,
pela manhã, havia dois tanques, e
na avenida Brasil, principal via de
acesso ao Rio, locais em que ataques de traficantes se tornaram
frequentes nos últimos dias.
Os bairros da zona norte, principalmente a Tijuca, e a Linha
Vermelha, que dá acesso ao Rio,
também receberam reforço das
Forças Armadas.
A população apoiou a iniciativa.
O frentista Rodrigo Oliveira, 22,
que trabalha num posto próximo
à Linha Amarela, disse que não se
sente seguro somente com a PM
por perto. "O criminoso não respeita mais a polícia, por isso acho
importante que o Exército continue nas ruas depois do Carnaval."
O policiamento reforçado aconteceu no dia seguinte a uma madrugada de pânico. Anteontem,
um tenente da Marinha foi morto
em frente à família na avenida
Brasil, mesmo local onde, momentos depois, um ônibus interestadual foi atacado por traficantes. Passageiros tiveram de se jogar no chão para fugir dos tiros.
Mesmo com o policiamento reforçado, um policial civil foi baleado durante uma tentativa de
assalto no início da madrugada de
ontem na avenida Brasil. Segundo
a polícia, Washington Luiz Bastos
voltava para casa, por volta das
2h, quando seu carro enguiçou.
Bastos, que estava à paisana e
acompanhado de um amigo, saiu
do carro para procurar ajuda e foi
abordado por quatro assaltantes.
O policial teria reagido, sacando a
arma, e acabou baleado nas costas. Os homens fugiram. Bastos
deve ser liberado hoje do hospital.
Apesar do episódio, o Comando
Militar do Leste divulgou nota às
11h de ontem informando que
não havia registrado nenhum
grande incidente nas primeiras
horas de operação.
Um soldado da Aeronáutica
deu entrada ontem à tarde no
Hospital Central da Aeronáutica
ferido por estilhaços provocados
por um tiro acidental perto de seu
pé. O hospital não quis informar
se ele se feriu durante a Operação
Guanabara. Um taxista que se
identificou como Marco Antônio
de Souza disse à Folha ter testemunhado o militar dar o tiro sem
querer.
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