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Administração do PT cede a empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vem
cedendo, desde o início da administra Marta Suplicy (PT), às pressões dos empresários de ônibus.
A própria prefeita chegou a admitir, mês passado, as dificuldades
que vem enfrentando para fazer
com que as viações cumpram os
acordos firmados em sua gestão.
A crítica da prefeita "à falta de
contrapartida" dos empresários
do setor foi feita um dia depois de
a prefeitura abrir mão de R$ 1,9
milhão que recebia mensalmente
das viações -a título de taxa de
gerenciamento do sistema-, sob
a justificativa de que o dinheiro
seria usado pelos empresários para bancar parte do convênio médico de motoristas e cobradores.
O convênio médico era uma das
principais reivindicações da categoria, que ameaçava, e ainda
ameaça, entrar em greve.
Em abril deste ano, o secretário
Carlos Zarattini (Transportes)
anunciou que o governo iria bancar a implantação de catracas eletrônicas em 60% da frota da cidade. A idéia inicial era de que os
empresários assumissem o custo
total da mudança.
Mas essa não foi a única vez que
Marta teve de fechar os olhos para
o não-cumprimento de cláusulas
do contrato das viações.
Neste ano, as empresas não
cumpriram várias das promessas
feitas à prefeitura, como a de retirar os chamados ônibus velhos,
fabricados antes de 1991, de circulação. As viações também só entregaram 5% dos novos ônibus
adaptados a deficientes físicos,
metade do previsto em acordo.
Esses eram pontos do compromisso firmado, ainda no ano passado, quando a prefeitura cedeu
às viações reajuste de 21,74% da
tarifa de ônibus, que passou de R$
1,15 para R$ 1,40. O aumento ficou
bem acima dos 4,6% de inflação
medidos pela Fipe desde janeiro
de 1999, data do reajuste anterior.
O problema é que as penalidades aplicadas pela prefeitura não
chegam a assustar os empresários. No caso das empresas que
não retiram os ônibus velhos de
circulação, por exemplo, a multa é
de R$ 11,20 por veículo/dia.
No caso do não-cumprimento
da promessa de adaptar mais ônibus para deficientes físicos, a prefeitura não aplica nenhuma sanção sob a alegação de que o acordo foi informal.
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