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Dupla explode bomba em ataque a presídio
Para polícia, objetivo era resgatar integrantes de facção criminosa, mas disparos de guardas evitaram fuga
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois criminosos detonaram
um artefato explosivo e abriram um buraco na muralha da
penitenciária Adriano Marrey,
em Guarulhos, na Grande São
Paulo, ontem. A Polícia Civil
acredita que o objetivo da ação
era resgatar detentos integrantes da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital), que domina a unidade, segundo agentes penitenciários.
A fuga dos presos foi contida
por agentes penitenciários, que
abriram fogo de cima das muralhas. Segundo a SAP (Secretaria
de Administração Penitenciária), nenhum criminoso conseguiu fugir e não houve feridos
durante a tentativa de resgate.
De acordo com a polícia, a
tentativa de resgate ocorreu
por volta das 10h30. Dois criminosos saíram de um matagal
e jogaram a bomba na base da
muralha. Em seguida, fugiram
pelo mesmo matagal.
Um agente penitenciário de
37 anos percebeu a aproximação da dupla, segundo a polícia,
e pediu reforços. Luiz da Silva
Filho, diretor do Sifuspesp
(sindicato dos funcionários do
sistema prisional do Estado),
disse que diversos agentes penitenciários correram para a
muralha, mas não fizeram disparos contra os criminosos.
A bomba fez um buraco de
cerca de 1 m de largura por 60
cm de altura. A explosão foi
sentida em toda a vizinhança e
chegou a acionar alarmes de
carros estacionados.
Atraso
Agentes penitenciários afirmaram que os detentos dos
raios três e quatro do complexo
pareciam esperar pela ação,
pois muitos deles não saíram
do pátio após o fim do horário
do banho. Aparentemente, a
dupla se atrasou para detonar a
bomba, que deveria explodir
durante o banho de sol.
Os presos já haviam cerrado
um alambrado que divide o pátio da muralha e correram para
o buraco após a explosão.
Segundo a polícia, os presos
só não fugiram porque os agentes fizeram disparos de alerta
em direção ao pátio. Em minutos, mais agentes passaram a vigiar o buraco pelo lado de fora.
"O barulho da explosão foi
muito grande. Depois, teve tiros e correria de agentes", disse
Amanda Araújo, 17, que pretendia visitar o marido preso.
Testemunhas disseram à polícia que viram os dois criminosos escaparem em um Kadet,
pela rodovia Presidente Dutra.
A muralha é feita de concreto
e tem cerca de 20 cm de espessura, conforme agentes. Por
causa disso, a polícia acredita
que a bomba tenha sido feita
com "altos explosivos" -como
aqueles usados em pedreiras ou
explosivos militares.
Policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e
Assaltos) investigam pelo menos três integrantes do PCC
que estão presos no complexo e
podem ter sido o objetivo do
resgate. Os nomes deles não foram divulgados.
Marcos Luiz Silva Bizarria
dos Santos foi preso cerca de
uma hora depois da explosão,
na Dutra, com um revólver. A
polícia acredita que ele tentava
realizar um assalto e não estava
relacionado com a explosão.
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