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Militantes querem que cor seja declarada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
E DA REPORTAGEM LOCAL
Para adoção das cotas nas universidades, o movimento negro
defende que seja utilizado o mesmo critério do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística): a autodefinição. No Censo, o
pesquisador pergunta se a pessoa
se considera negra, parda, branca,
amarela ou indígena.
Segundo Ivanir dos Santos, presidente do Ceap (Centro de Articulação das Populações Marginalizadas), já haverá um motivo de
"orgulho" para o movimento se
muitos que hoje se consideram
brancos ao responderem ao IBGE
alterarem a definição.
"Hoje a gente luta pela nossa
identidade. Se cada pessoa tirar
aquele bisavô do armário para dizer que é negro, haverá motivo
para orgulho do movimento. Caberá ao Estado determinar se ele é
ou não", considera.
O funcionário público Clóvis
Carvalho, 31, liderança do movimento Voz da Resistência, ligado
ao PT de São Paulo, compartilha
da opinião de Ivanir dos Santos.
"Além disso, seria importante o
governo Lula ter um negro ocupando cargo de primeiro escalão
em Brasília", defende.
Carvalho é vestibulando e estuda nos cursinhos da Educafro. Ele
chegou a cursar dois anos de
Ciências Contábeis em uma universidade privada, mas teve de
abandonar o curso porque não tinha dinheiro para pagar as mensalidades. "Hoje continuo estudando para entrar numa universidade pública", afirma.
Funcionário da Câmara Municipal de Embu, município administrado pelo PT, Carvalho busca,
junto às lideranças do partido, aumentar a participação de negros
no preenchimento dos cargos comissionados nos gabinetes dos
parlamentares.
"Se não é fácil despertar a conscientização entre negros, imagine
entre pessoas que não conhecem
a causa profundamente", diz.
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