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"Material pode ser coadjuvante"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Nós vemos de forma positiva a
pesquisa, mas avaliamos que o
plástico biodegradável não vai
substituir o que é feito a partir de
petróleo. Não embala a vácuo, por
exemplo, mas tem suas aplicações
específicas e pode vir a ser um importante coadjuvante. As pessoas
têm de entender ainda que não
vão simplesmente jogar o plástico
na rua e ele vai começar a degradar. É preciso que seja depositado
num local propício à compostagem, senão vai demorar também
muito tempo para desaparecer."
A afirmação de Sílvia P. Rolim,
assessora técnica da Plastivida
(comissão ambiental da Associação Brasileira da Indústria Química), mostra como a indústria de
plástico vê hoje a questão da biodegradabilidade: é interessante,
mas ainda rodeada por um "falso
eco-marketing", e não representa
uma concorrência efetiva.
A inviabilidade econômica e as
restrições de aplicação são apontadas por Rolim como os principais obstáculos hoje à comercialização de polímeros como o PHB.
Mas, diz, os ambientalistas não
têm porque se desesperar.
"Só 4% do petróleo do mundo é
usado para produzir plástico. E,
apesar de o Brasil já reciclar 17%
da produção anual de 3,8 milhões
de toneladas, ainda temos um
longo caminho a seguir nesse sentido." Para ela, os plásticos tradicionais não são vilões; nem os
biodegradáveis, heróis. Juntos,
porém, e com a participação de
sociedade, setor público e empresas, podem formar um bom time.
Recuperação
Enquanto ainda "namoram"
com a biodegradabilidade, os supermercados do grupo Pão de
Açúcar buscam para seus 150 milhões mensais de sacolas plásticas
uma alternativa ambientalmente
amigável. A saída foi recuperar
restos e aparas que sobram na fabricação das sacolinhas, que agora não vão mais para o lixo -viram novas embalagens.
O grupo usa todo o refugo de
seus fornecedores para fabricar
por mês cerca de 105 milhões de
sacolas recuperadas que vão embalar compras em todos os mercados da rede no Brasil -e equivalem a 70% do total usado.
A recuperação trouxe uma dupla vantagem: reforça a imagem
de que o Pão de Açúcar se preocupa com a questão do lixo e representa uma economia de até 20%
no custo das embalagens, diz Valter Rodrigues, gerente de comercialização. "O próximo passo é fazer sacolas biodegradáveis. O problema ainda é o custo, mas estamos buscando parceiros."
(MV)
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