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Programa desenvolvido em favelas cariocas, considerado modelo de inclusão social, deve receber mais US$ 400 mi
BID quer ampliar projeto de urbanização
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
O BID (Banco Interamericano
de Desenvolvimento) iniciou as
negociações com a Prefeitura do
Rio para a realização da terceira
etapa do Favela-Bairro, programa
de urbanização de favelas. O contrato, a ser assinado no final de
2004, deverá atingir um valor de
US$ 400 milhões -totalizando
investimentos de US$ 1 bilhão.
O Favela-Bairro, que está completando dez anos, é considerado
pelo banco um modelo de inclusão social por meio da urbanização. Com a ajuda financeira do
BID, programas semelhantes estão sendo implantados na Cidade
do México (México), em Caracas
(Venezuela) e em Lima (Peru).
"O Favela-Bairro e o Cingapura
[projeto implementado em São
Paulo pelo ex-prefeito Paulo Maluf] foram criados na mesma época. Um deu certo, o outro, não. O
Favela-Bairro deu certo porque
reconheceu as favelas e assentamentos como parte da cidade.
Não queremos dizimar as favelas
como queria o Cingapura", compara a secretária de Habitação do
Rio, Solange Amaral.
O Favela-Bairro urbaniza as
áreas comuns das favelas e loteamentos, com a pavimentação e
abertura de ruas, a criação de
áreas de lazer, a implantação de
redes de água, esgoto e drenagem,
a canalização de rios e a contenção e reflorestamento de encostas.
Apenas as famílias que moram
em áreas de risco são reassentadas. Melhorar as condições de
moradia de cada família na favela
não faz parte dos objetivos do
programa. Em geral, as casas são
mantidas como foram construídas e essa limitação é o principal
alvo dos críticos do projeto.
"[O Favela-Bairro] não conseguiu levar melhorias para a moradia individual das pessoas", disse
Reynaldo Rocha Barros, presidente do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia).
Nas duas primeiras etapas
-que custaram US$ 300 milhões
cada uma, totalizando US$ 360
milhões de investimentos do BID
e o resto da prefeitura-, os critérios para a escolha da favela ou loteamento beneficiado foi o de número de domicílios. As escolhidas
são comunidades de médio porte,
onde vivem entre 500 e 2.500 famílias. O custo per capita estimado é de US$ 1.000.
Na terceira etapa, segundo Solange Amaral, o critério de seleção
também levará em consideração
o número de jovens. "Serão criados centros multimídia e haverá
mais ênfase na questão cultural",
disse ela. Nessa etapa, a secretária
calcula que 400 mil pessoas serão
atendidas, beneficiando quase a
totalidade da população favelada
do Rio, que é de 1,1 milhão, segundo o Censo 2000, do IBGE.
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