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Camisinha protege contra o vírus
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao contrário do que se diz, a camisinha protege sim contra o
HPV. Sabe-se que em alguns casos o vírus pode estar em "áreas
descobertas", como a bolsa escrotal. Mas na maioria das vezes isso
não acontece, explica Adele Benzaken, da Sociedade Brasileira de
Doenças Sexualmente Transmissíveis. "Raramente ele está fora
das áreas protegidas."
No Brasil, como acontece com
outras DSTs (exceto a Aids e a sífilis congênita), o HPV não é de notificação obrigatória, explica Fábio Moherdaui, responsável pelas
DSTs, exceto Aids, dentro do Programa Nacional de DSTs/Aids do
Ministério da Saúde.
Estima-se, no entanto, que 150
mil pessoas sejam infectadas por
ano e que o total com o vírus seja
de 13 milhões. "E são estimativas
conservadoras", diz Moherdaui.
Segundo ele, um quarto da população sexualmente ativa nos
Estados Unidos tem o HPV.
Em termos de saúde pública,
afirma Benzaken, outras DSTs
têm um campo mais amplo para a
atuação das políticas públicas do
que o HPV, em que as pessoas podem estar infectadas e não ter manifestações. Além disso, não há
tratamento específico. Por isso ele
é menos importante do que doenças como a gonorréia, que dão sinais e têm tratamento, diz.
Já são conhecidos mais de 150 tipos do papiloma vírus humano.
Dez deles afetam áreas dos genitais, mas só três -especialmente
os tipos 16 e 18- têm associação
com o desenvolvimento do câncer de colo uterino, diz o médico.
No Brasil, aproximadamente
7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Em casos raros, o HPV pode levar ao câncer de garganta ou de
laringe, em transmissões na prática do sexo oral.
A maioria, no entanto, é provocadora de diferentes tipos de verrugas na pele.
O vírus envolve uma série de armadilhas. Por exemplo, os mais
perigosos são os que dão menos
sinais. Além disso, pode levar
anos entre a infecção e o surgimento de sintomas. Daí a importância dos exames de papanicolau, que devem obedecer a periodicidade sugerida pelo médico, e
de exames caros como a colposcopia, que podem detectar manifestações subclínicas do vírus.
O médico lembra que as verrugas podem provocar sangramentos, aumentando a possibilidade
de infecção por outras doenças,
inclusive a Aids.
(AB e FL)
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