São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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Camisinha protege contra o vírus

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário do que se diz, a camisinha protege sim contra o HPV. Sabe-se que em alguns casos o vírus pode estar em "áreas descobertas", como a bolsa escrotal. Mas na maioria das vezes isso não acontece, explica Adele Benzaken, da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis. "Raramente ele está fora das áreas protegidas."
No Brasil, como acontece com outras DSTs (exceto a Aids e a sífilis congênita), o HPV não é de notificação obrigatória, explica Fábio Moherdaui, responsável pelas DSTs, exceto Aids, dentro do Programa Nacional de DSTs/Aids do Ministério da Saúde.
Estima-se, no entanto, que 150 mil pessoas sejam infectadas por ano e que o total com o vírus seja de 13 milhões. "E são estimativas conservadoras", diz Moherdaui.
Segundo ele, um quarto da população sexualmente ativa nos Estados Unidos tem o HPV.
Em termos de saúde pública, afirma Benzaken, outras DSTs têm um campo mais amplo para a atuação das políticas públicas do que o HPV, em que as pessoas podem estar infectadas e não ter manifestações. Além disso, não há tratamento específico. Por isso ele é menos importante do que doenças como a gonorréia, que dão sinais e têm tratamento, diz.
Já são conhecidos mais de 150 tipos do papiloma vírus humano. Dez deles afetam áreas dos genitais, mas só três -especialmente os tipos 16 e 18- têm associação com o desenvolvimento do câncer de colo uterino, diz o médico.
No Brasil, aproximadamente 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Em casos raros, o HPV pode levar ao câncer de garganta ou de laringe, em transmissões na prática do sexo oral.
A maioria, no entanto, é provocadora de diferentes tipos de verrugas na pele.
O vírus envolve uma série de armadilhas. Por exemplo, os mais perigosos são os que dão menos sinais. Além disso, pode levar anos entre a infecção e o surgimento de sintomas. Daí a importância dos exames de papanicolau, que devem obedecer a periodicidade sugerida pelo médico, e de exames caros como a colposcopia, que podem detectar manifestações subclínicas do vírus.
O médico lembra que as verrugas podem provocar sangramentos, aumentando a possibilidade de infecção por outras doenças, inclusive a Aids. (AB e FL)


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