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RETRATOS DO BRASIL
Bairros com casas unipessoais concentram grande oferta de produtos para moradores que vivem sós
Lojas se adaptam a consumidor "single"
DA REPORTAGEM LOCAL
Bairros com casas unipessoais
concentram grande oferta de serviços e produtos para pessoas que
vivem sós. "Há uma tendência de
pessoas vivendo sozinhas e de famílias menores", diz Paulo Lima,
diretor regional da rede de supermercados Pão de Açúcar, que tem
60 lojas em São Paulo.
De acordo com ele, a rede constatou as necessidades desse púbico e montou uma estratégia para
atendê-lo. "Percebemos a demanda e focamos nesse mercado,
criando produtos especiais para
"singles", principalmente alimentos frescos", conta Lima.
Os alimentos perecíveis, como
saladas e frutas, ganharam versões prontas para o consumo e
embaladas em pequenas porções.
"Em alguns lugares, consigo comprar potes pequenos de salada de
frutas e pacotes de folhas variadas
já lavadas", afirma o crítico gastronômico e colaborador da Folha Josimar Melo, 48. Ele vive sozinho na Vila Nova Conceição,
um subdistrito de Moema.
Melo ressalta ainda que, ao
comprar uma grande quantidade,
a pessoa pode enjoar do alimento.
"Não dá para comer só melão ou
abacaxi todo dia", diz.
"A opção pelo produto individualizado acaba compensando
também em razão do desperdício,
como ter de comprar um maço
inteiro de alface", afirma a economista Cristina Pereira, 35, moradora do Jardim Paulista.
O momento das refeições pode
virar um problema para os que vivem sós. "Acho que é mais gostoso cozinhar e comer acompanhado. Quando estou sozinho, faço
coisas simples, grelhados com salada, por exemplo", afirma Josimar Melo.
Segundo Mariza Gonçalves Pereira, proprietária de uma rotisseria na alameda dos Anapurus, em
Moema, 25% da sua clientela é
formada por pessoas que vivem
sozinhas. "Tem gente que vem
aqui e compra uma colher de purê
e uma coxa de frango", conta Mariza. "Tudo o que é individual
vende muito bem."
Para o publicitário Danilo Castro, hoje é mais fácil encontrar
porções pequenas dos produtos,
algo que antes não era possível.
Roupa
As lavanderias procuram conquistar o mercado "single". Há 30
anos, Maria Fumiko tem uma lavanderia na rua Jauaperi, em
Moema. "Minha clientela que
mora sozinha aumentou, algumas pessoas deixam toda a roupa
para lavar", conta ela.
Roberto Barreto, dono de uma
franquia de lavanderia no Jardim
Paulista, diz que, em razão do
grande número de solitários, planeja criar pacotes promocionais
para essa clientela.
(TN)
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