|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRÁFICO
Estado já é um dos principais alvos da rota internacional de cocaína
Repressão nos EUA traz droga a SP
DO AGORA
São Paulo está deixando de ser
uma rota de distribuição de cocaína para outros países e se
transformando em um dos principais consumidores da droga.
A mudança de perfil deve-se
aos narcotraficantes internacionais estarem encontrando obstáculos em manter e expandir seus
negócios nos Estados Unidos-
maior consumidor mundial da
coca- e Europa Ocidental.
A dificuldade está alicerçada no
aumento da repressão policial e
na maior receptividade desses
países às drogas sintéticas, que
podem ser produzidas diretamente nos locais onde serão consumidas e têm custo de produção
menor do que o da cocaína.
A queda do valor da cocaína no
mercado internacional também é
apontada como um dos fatores
que propiciaram a alteração de
comportamento dos criminosos.
O quilo da coca, que já foi cotado
em U$ 7.000 (cerca de R$ 21 mil),
agora gira em torno de U$ 4.000
(cerca de R$ 12 mil).
Para não continuarem perdendo dinheiro e poder, os líderes
das organizações de narcotráfico
dos três principais produtores da
pasta de coca- Colômbia, Bolívia e Peru- decidiram expandir
seus negócios para países com
grande população e com economia forte para sustentar o maior
comércio de todo o mundo.
Pesquisa feita pela ONU (Organizações das Nações Unidas) revela que o tráfico internacional
de drogas movimenta US$ 400
bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão)
por ano e dá uma margem de lucro de até 10.000%. Nenhuma outra atividade lícita ou ilícita gera
tal retorno em tão pouco tempo.
A droga está deixando de ser
usada pela elite mundial e passando a ser apreciada com grande intensidade pela população
dos países considerados periféricos, como os da América do Sul.
"Com a queda da oferta e da
procura em lugares como os Estados Unidos, Inglaterra e Holanda, os narcotraficantes estão à
procura de mercados diferentes.
E, com certeza, os países pobres
são os alvos escolhidos pelas quadrilhas, principalmente o Brasil",
disse o ex-secretário nacional antidrogas Wálter Fanganiello
Maierovitch.
Para Maierovitch, a política de
repressão adotada pelo governo
norte-americano é a principal
responsável pelo aumento da
oferta nos países pobres.
"O governo americano esqueceu de que ainda existem 2,5 milhões de camponeses se dedicando exclusivamente ao cultivo da
folha de coca. E toda essa produção precisa de um destino", disse.
(EDUARDO ATHAYDE)
Texto Anterior: Inca defende a extinção da função no país Próximo Texto: Educação: Ensino superior vive impasse, diz Di Genio Índice
|