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Glaucoma exige cuidado constante
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde o ano passado, a estudante Dayana Marçal Huruta, 15,
transformou-se na "guardiã" dos
olhos do pai, o desempregado
Antônio Huruta, 59. Portador de
glaucoma nos dois olhos, ele usa
seis tipos diferentes de colírio, todos aplicados em horários alternados pela filha.
No olho esquerdo, um colírio é
pingado de duas em duas horas,
outro de seis em seis e um terceiro
de oito em oito horas. Já no olho
direito, um colírio é aplicado de 12
em 12 horas, o segundo de seis em
seis e o terceiro de oito em oito.
Para não se confundir, Dayana
montou uma tabela e, durante a
madrugada, acorda a cada duas
horas para pingar o colírio no pai.
À noite, quando vai à escola, repassa essa função à irmã.
"Prefiro não dormir a ver meu
pai piorar e perder totalmente a
visão", afirma Dayana. Mesmo
com os colírios e uma cirurgia feita há 15 dias no olho esquerdo, a
pressão intra-ocular de Huruta
continua alta e instável. "A visão
clareou um pouco, mas ainda enxergo tudo embaçado", diz ele.
No olho direito, além do glaucoma, Huruta tem catarata, que até
o momento não pôde operar devido à alta pressão intra-ocular.
Mensalmente, só com os colírios, Huruta gasta mais de R$ 150.
Ele deveria estar usando um sétimo colírio, mas ainda não teve
condições financeiras de comprá-lo. Desde que teve a doença diagnosticada, quando era gerente de
uma lanchonete na zona norte de
SP, Huruta está desempregado.
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