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Vítima de AVC confundiu doença com hipertensão
DA REPORTAGEM LOCAL
Três semanas atrás, num
final de tarde em Ribeirão
Preto (SP), o funileiro César
Marcos Codognotto, 41, começou repentinamente a
sentir-se mal. Ele chegava
em casa do trabalho.
"Começou um formigamento no lado direito do corpo. Apareceu no dedão, subiu
pelo joelho e chegou até a
mão. Eu não conseguia me
locomover direito. Falei para
a minha mulher: "Vamos correndo para o hospital". Tiveram de me ajudar a sair do
carro. Eu já estava travado",
ele lembra.
Aqueles eram os primeiros
sintomas de um AVC (acidente vascular cerebral),
mas Codognotto nem sequer
imaginava. Primeiro pensou
que fosse pressão alta. Depois, ataque do coração.
No hospital, os médicos logo suspeitaram de AVC. Uma
tomografia revelou que um
coágulo na cabeça impedia
que o sangue alimentasse
uma parte do cérebro.
"Quando me explicaram o
que era, eu falei: "Meu Deus
do céu!" Nem conhecia essa
sigla. Eu escuto a palavra
derrame, mas não sabia bem
o que era. Fiquei assustado."
Como o funileiro foi levado imediatamente para o
hospital, estava em condições para receber uma droga
que dissolve o coágulo e restabelece a circulação do sangue no cérebro. Se tivesse levado mais tempo, ele poderia
estar hoje com graves seqüelas. Dependendo da parte
afetada do cérebro, a vítima
do AVC pode ter a fala, a locomoção, a visão e até a respiração comprometidas.
Codognotto perdeu um
pouco da força nos braços.
Para recuperá-la, faz hoje
sessões de fisioterapia. "Eu
poderia ter ficado paralítico
numa cama, torto. Ainda
bem que corri para o hospital, não esperei para ver."
Quem já sofreu um AVC
tem mais chances de ter um
segundo. Por isso, o funileiro
agora está mais empenhado
em parar de fumar, cortou a
cerveja e o churrasco e não
passa nenhum dia sem fazer
uma caminhada. "Já estou de
sobreaviso."
(RW)
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