São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Carga também dissemina bactéria

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A invasão do território nacional por espécies exóticas e nocivas transportadas em navios não ocorre somente por meio da água de lastro. Por intermédio das próprias cargas, há risco de disseminação de pragas e bactérias.
Segundo dados do Departamento de Agricultura americano, o governo dos EUA estima em US$ 9 milhões o gasto médio anual desde 1996 para controlar os efeitos da entrada no país do besouro chinês, que perfura o tronco de árvores, formando galerias e levando o vegetal à morte. O inseto chegou em estruturas de madeira usadas como embalagens de mercadorias.
Por essa razão, portaria de 1999 do governo brasileiro determinou que embalagens desse tipo provenientes dos EUA, China, Japão, Coréia do Sul e Coréia do Norte fossem submetidas a processos de fumigação (exposição da mercadoria, em recipiente fechado, a gases tóxicos para os insetos).
O método para eliminar o inseto, porém, se converteu em objeto de polêmica. O gás mais usado na fumigação é o brometo de metila. Mas uma resolução de 2000 da Anvisa proibiu o uso dessa substância por considerá-la "extremamente tóxica" e porque a madeira não estava entre os produtos autorizados a receber tratamento com brometo de metila, embora nesse rol constassem alimentos como milho e feijão.
No mês passado, o vereador Fausto Figueira (PT) protocolou representação no Ministério Público na qual acusa empresas de controle de pragas de uso irregular do brometo de metila em fumigações no porto de Santos, o que provocaria dano ambiental e à saúde dos portuários.
O presidente do Sindicato das Empresas Controladoras de Pragas de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que as empresas agem legalmente porque estão respaldadas pela Justiça Federal, que garantiu o emprego do brometo de metila para fumigações. (FS)


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