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Pioneira do feminismo aprova método
DA REPORTAGEM LOCAL
"Você pensa que vou malhar
o vídeo da moça, é? Caiu do cavalo, querido. Não vou, não." A
carioca (e despachadíssima)
Rose Marie Muraro, uma das
pioneiras do feminismo no
país, ainda não viu "Domestic
Move!", mas já gostou.
Escritora e mãe de cinco filhos, ela elogia o método. "A
dupla jornada da mulher brasileira continua sendo uma realidade, sobretudo entre os pobres. Na classe média, por outro lado, há o fenômeno da jornada e meia: a mulher divide os
afazeres com o companheiro.
O vídeo, então, pode servir para as duas pontas do casal."
A surpreendente tolerância
de Rose Marie -que, reza a
lenda, enxerga machismo até
em buquê de flores- merece
investigação mais profunda:
- Uma feminista defendendo a aeróbica da vassoura?
- Qual o problema? Não vejo nada de errado em executar
tarefas de casa. Fazem bem para a mente e para o corpo.
- A senhora as executa?
- Eu? Nem morta! Varrer,
tirar pó, lavar roupa... Não faço
porra nenhuma. Nunca fiz.
Quando preciso fazer, escrevo
um artigo, ganho dinheiro e
contrato uma empregada.
- Pratica exercícios físicos?
- O quê? Mal consigo andar!
Já tenho 17 ao contrário.
- 71 anos?
- Não bota 71, não. Põe 17
ao contrário. Com minha porra-louquice, não dou a menor
pinta de 71.
- Se a senhora não se dedica
à ginástica e não cultiva atividades domésticas, por que simpatiza tanto com o vídeo?
- Vou explicar de novo.
Porque pode ser útil para os
outros, para as minhas filhas,
sei lá. Já para mim... Não tenho
mais salvação, rapaz!
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