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Haddad diz que avaliação era "festa" na era FHC
Givaldo Barbosa/Agência O Globo
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O ministro Fernando Haddad divulga os resultados do Enade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
Ao defender o novo conceito
de avaliação do ensino superior, o ministro da Educação,
Fernando Haddad, afirmou
que, antes, o processo era uma
"festa". "Todo mundo era aprovado pelo Inep", disse em entrevista coletiva.
Mais tarde, ao participar de
um seminário no Rio, ele explicou que a expressão se referia
ao período do governo FHC e
deu exemplos do que considerava a "festa" nas avaliações.
"Antes [no governo FHC],
vários cursos recebiam conceito E [o pior na escala do Provão,
exame que antecedeu o Enade]
e eram reiteradamente aprovados como cursos muito bons
pela comissão de especialistas.
Isso não aconteceu uma ou
duas vezes. Era usual um curso
avaliado pelo Provão com a pior
nota ter seu reconhecimento
renovado a cada ciclo de avaliação. Uma coisa estava completamente desconectada da outra", disse o ministro.
Ele diz que a nova forma de
avaliação dos cursos minimizará casos como esses.
"Antes, o avaliador observava
o corpo docente e dizia que, para ele, aquilo parecia bem. O indicador preliminar que criamos mostrará ao avaliador que,
mesmo que ele considere que o
corpo docente seja bom, aquele
curso, na comparação com os
demais, está frágil. Não vai mais
acontecer, ou ao menos isso será bastante minimizado, de um
curso que recebeu conceito 1
passar para 5", disse.
O deputado federal Paulo Renato Souza (PSDB-SP), ministro da Educação durante o governo FHC, foi procurado para
comentar essas declarações,
mas está fora do país.
O CPC (Conceito Preliminar
de Curso) é calculado a partir
do desempenho dos estudantes
no exame, no índice que mede o
conhecimento agregado pela
instituição aos universitários,
além de qualificação do corpo
docente e infra-estrutura.
Na semana passada, Reynaldo Fernandes, presidente do
Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), afirmou que há
uma tendência dos avaliadores
de melhorarem a nota das instituições. Com a criação do novo
indicador, ele afirma que o avaliador agora terá parâmetros.
Haddad repetiu esse ponto-de-vista em sua argumentação.
"A visita in loco agora está
orientada, bem informada, o
que não acontecia no passado.
Por isso que a festa era grande."
O ministro rebateu as críticas
de associações de instituições
de ensino, contrárias ao novo
índice. "Como agora nem todo
mundo vai ser aprovado pelo
Inep, é óbvio que a inquietação
de alguns vai ser grande", disse.
"O conceito vai prejudicar a
imagem das [instituições]
ruins. Só se preocupa quem não
faz um bom trabalho."
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