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CONVIVÊNCIA PERIGOSA
Pesquisadores encontraram 9 menores responsáveis por estabelecimentos que vendem bebidas
J., 15, serve cachaça no bar da família
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante as manhãs, a estudante J., 15, cursa o 1º ano do ensino médio em uma escola pública do bairro Bedel, periferia
de Paulínia. À tarde, sozinha,
serve cerveja e cachaça a caminhoneiros no bar da família, localizado perto de uma indústria.
Assim como J., os pesquisadores encontraram outros oito menores de 18 anos responsáveis
por bares em Paulínia. Dois deles tinham 13 anos e um, 12.
Segundo o pesquisador Marcos Romano, em geral os adolescentes são filhos dos proprietários. É o caso de J. A mãe, divorciada, tem outros dois filhos menores, e, durante a tarde, trabalha como faxineira.
J. diz que não consome bebidas alcoólicas. "Já provei, mas
não gostei", afirma a garota.
Muitos bares da periferia de
Paulínia parecem ser extensão
da casa do proprietário. Em um
dos locais visitados pela Folha,
no bairro Morro Alto, a neta da
proprietária, de 7 anos, fazia a lição de casa no balcão frigorífico.
Às vezes, a extensão é literal.
No bairro São José, vários bares
foram montados na garagem da
casa do proprietário e, em alguns, a janela do quarto serve
como apoio para as garrafas de
bebidas. A mesma "informalidade" é verificada nas doses de cachaça servidas ao cliente: o volume varia entre 36 ml e 160 ml, segundo a pesquisa realizada nos
bares. A dose padrão é de 50 ml.
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