|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alunos mais ricos já têm pré-escola
DA SUCURSAL DO RIO
O ensino fundamental de nove
anos já é, na prática, quase universalizado entre as camadas mais ricas da população brasileira. Isso
porque quase a totalidade dos
brasileiros de maior renda tem
acesso à pré-escola, o que significa que as crianças de famílias de
melhor poder aquisitivo já entram no ensino fundamental alfabetizadas ou tendo passado por
uma sala de aula.
Dados tabulados pela pesquisadora do IBGE Maria Dolores Kappel a partir da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1999 mostram que a taxa
de escolarização das crianças de
quatro a seis anos de famílias com
renda per capita maior que cinco
salários mínimos é de 90%. Entre
as famílias com renda per capita
inferior a meio salário mínimo,
essa taxa é de apenas 50%.
O Censo 2000 mostra que em
bairros mais ricos das cidades do
Rio e São Paulo a taxa de alfabetização das crianças de seis anos é
bastante superior à taxa de bairros pobres. Em Moema (zona sul
de São Paulo), onde a renda média dos chefes de família é de R$
5.576, 73% das crianças já sabem
ler e escrever aos seis anos de idade. O Jardim Paulista (zona oeste
de São Paulo) tem renda média de
R$ 5.144 e uma taxa de alfabetização aos seis anos de idade de 68%.
No outro extremo, no distrito
de Jardim Ângela (zona sul de São
Paulo), onde a renda média dos
chefes de família é de R$ 568, apenas 17% das crianças de seis anos
de idade já são alfabetizadas. Em
Cidade Tiradentes (zona leste),
onde a renda média é de R$ 598,
essa taxa é de 14%.
As diferenças entre bairros é
evidente também no Rio de Janeiro. Na Urca (zona sul), onde a
renda dos chefes de família é de
R$ 3.322, 86% das crianças de seis
anos já estão alfabetizadas. Já nas
favelas da zona sul Rocinha (renda de R$ 451) e Vidigal (renda de
R$ 662), a taxa é de apenas 20%.
Texto Anterior: TV é "auxiliar" de professor no Ceará Próximo Texto: MG ampliará ensino fundamental em 2004 Índice
|