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Secretário não acredita em "poder paralelo"
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto
Aguiar, disse não acreditar na
existência de um "poder paralelo"
do tráfico nas favelas.
De acordo com ele, o fato de os
traficantes trocarem tiros entre si
em disputa pelos pontos-de-venda de drogas mostra que o poder
deles não é hegemônico e, portanto, não tem influência permanente sobre a vida da população.
Aguiar considera que não cabe
apenas à polícia o papel de combater o tráfico de drogas e a influência que ele exerce sobre os
moradores das favelas. Para o secretário, é imprescindível uma
ação de todos os setores da sociedade. "A ação da segurança pública tem o dever de legitimar o poder do Estado nas favelas e nas
ruas. No entanto, para acabarmos
com o tráfico, é preciso um conjunto de medidas sociais, educacionais, culturais e de lazer para
não deixarmos as pessoas serem
enganadas por práticas que seriam impostas por criminosos."
O secretário afirmou que a polícia dispõe de um conjunto de estratégias que já estão sendo utilizadas no combate ao tráfico em
favelas do Rio. A pressão, segundo ele, é uma forma eficaz de assustar os criminosos.
Ele cita, como exemplo, o tiroteio ocorrido em maio no morro
da Coroa, no Catumbi (zona central), quando uma criança de nove anos foi atingida por uma bala
perdida em uma escola, utilizada
como rota de fuga dos traficantes.
"Foi só eu ameaçar transferir
meu gabinete para aquela escola
que os tiroteios no local acabaram. Não seremos liberais com os
criminosos", disse Aguiar.
A assessoria do chefe da Polícia
Civil, Zaqueu Teixeira, afirmou
que ele não comentaria o assunto
por entender que a abordagem
"endeusa" os traficantes e "cria
mitos". Segundo a assessoria da
Polícia Civil, não existe medo no
Rio nem toque de recolher imposto pelos traficantes.
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