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Freira cuida de "hospital"
em plena selva
DO ENVIADO ESPECIAL
Descendo a meio caminho
entre Iuareté e São Gabriel
da Cachoeira, fica Taracuã.
Foi a mais imponente das
instalações salesianas na
chamada Boca do Cachorro.
Uma matriz de duas torres e
dois imensos e vazios pavilhões que já abrigaram 600
meninas e meninos indígenas em regime de internato.
Hoje, além da pequena aldeia e alguns padres e freiras,
a irmã Rose toca um hospital
que não tem médicos, apenas seus cuidados. "Se o
doente quer trazer o benzedor, que traga, desde que coma", diz irmã Rose.
Uma das tarefas que essa
freira se atribuiu foi coletar
os usos de ervas medicinais
dos povos que habitam a região. Um índio vai de aldeia
em aldeia, ouvindo e anotando o nome das plantas e
seus benefícios. Irmã Rose já
reuniu informações para um
livro que será lançado em
breve com apoio de instituições internacionais.
O antropólogo Renato
Athias é cético quando se fala de plantas. "Para o indígena, a cura nunca vem apenas
de uma erva. A planta faz
parte de um ritual, sem os
quais a cura não acontece."
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