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COMPORTAMENTO
Clube da Cabocla vai reunir apenas apreciadoras da bebida e será inaugurada na quarta-feira na cidade
Mulheres criam confraria da cachaça em Campinas
DA FOLHA CAMPINAS
"Todas trabalham, têm maridos, filhos e adoram cachaça.
Umas gostam de degustar vinho,
outras uísque. Nós gostamos de
cachaça". É assim que uma das
criadoras do Clube da Cabocla,
Márcia Regina de Brito, 27, define
o primeiro grupo de mulheres a
formar uma confraria da cachaça
em Campinas (99 km de SP).
"A cachaça é uma bebida muito
versátil. Além das mulheres começarem a apreciar a bebida, é
preciso um direcionamento das
produções para esse público, que
acaba elitizando a cultura da bebida", disse a produtora de cachaça
e fundadora da Associação Brasileira das Mulheres da Cachaça, do
Estado de Minas Gerais, Maria
Aparecida Zurlo, 55.
Para a designer e empresária
Karin Ulson Ribeiro, 31, apesar de
o paladar feminino se afinar mais
com cachaças mais suaves, há
muitas mulheres que superam os
homens em gosto por bebida de
sabor mais encorpado. "Apesar
de haver diferenças de perfil entre
os apreciadores e as apreciadoras
da cachaça, hoje, não há mais discriminação. Esse espaço já foi
ocupado pelas mulheres há tempos. O ofício da produção da cachaça, no final do século 17, era da
mulher", afirmou Ribeiro.
O gosto pela cachaça reuniu em
Campinas apreciadores e produtores da bebida que realizam na
próxima quarta-feira a 1ª Mostra
Regional da Cachaça, quando será criado o Clube da Cabocla.
A cachaça brasileira é a terceira
bebida destilada mais consumida
no mundo, atrás apenas da vodca
e do soju asiático. Em 2002, foram
produzidos 1,3 bilhão de litros
-14,8 milhões para exportação.
A bebida, que até pouco tempo
agradava prioritariamente os homens, começa a cair no gosto feminino e seu consumo ganha requinte e perfil elitista.
Embalado por essa onda, o grupo decidiu realizar em Campinas
a mostra, que tem por objetivo,
além de difundir a produção da
cachaça artesanal, ganhar mais
adeptos a um clube que quer deixar de ser seleto para ser maioria.
A cachaça artesanal é feita sem
produtos que aceleram a fermentação da garapa, sem a queima da
cana e sem a adição de açúcares.
A cachaça artesanal tem aromas, buquês e características finas
de bebidas clássicas. Uma garrafa
custa em média R$ 13.
A mostra será aberta na quarta,
mas fica até sábado no Empório
São Joaquim, em Sousas. Já o Clube da Cabocla e o Clube da Cachaça do Empório São Joaquim -de
homens- serão permanentes.
Em ambos os clubes, os apreciadores terão carteiras de fidelização, o que dará o direito de adquirir garrafas de cachaças preferidas
com descontos e que serão nominadas dentro do bar para serem
consumidas pelos respectivos associados. "Beber pinga é diferente
de apreciar uma boa cachaça",
disse Márcia Regina de Brito, 27.
"A única exigência é que a pessoa entenda que a cachaça é uma
bebida para ser apreciada como
uma bebida tradicional", explicou
o proprietário do bar e pai da
idéia, Wendel Alves da Silva, 29.
O que: 1ª Mostra Regional da Cachaça
Quando: 12 de novembro
Onde: Empório São Joaquim, r. Manoel
Herculano Coelho da Silva, 225, Distrito
Joaquim Egídio, Campinas. Tel.: 0/xx/
19/3388-6566
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