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Grupos defendem maior divulgação
DA REPORTAGEM LOCAL
Grupos feministas e de defesa
dos direitos reprodutivos da mulher e médicos elogiam a iniciativa do Ministério da Saúde de aumentar a distribuição dos contraceptivos de emergência, mas defendem uma maior divulgação do
método, inclusive entre os profissionais de saúde.
No ano passado, ONGs filiadas
à Rede Nacional Feminista de
Saúde realizaram uma avaliação
sobre como o contraceptivo de
emergência vem sendo adotado
no Brasil e concluíram que há
desconhecimento e resistência de
médicos na indicação da pílula
por julgarem-na abortiva.
Também relataram que ainda
há muita dificuldade de informação e de acesso das adolescentes
ao método contraceptivo.
Para a demógrafa Elza Berquó,
70, presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, a pílula deve ser mais divulgada entre as adolescentes como medida de prevenção à gravidez precoce. "É o grupo mais vulnerável às relações [sexuais] eventuais e desprotegidas", diz.
A faixa etária dos 15 aos 19 anos
é a única que apresentou aumento na taxa de fecundidade na última década no país, segundo cruzamento dos censos de 1991 a
2000 realizado por Berquó. Em
1991, para cada grupo de mil mulheres nessa faixa etária, 75 tiveram filhos. Em 2000, foram 94,
um crescimento de 25%.
Berquó, porém, avalia ser fundamental a dupla proteção. "Tem
que incentivar o uso da camisinha. Só ela é que vai proteger a
mulher das DSTs e da Aids", diz.
Para Raquel Barros, coordenadora da Associação Lua Nova, casa em Araçoiaba da Serra (a 117
km de SP) que acolhe jovens mães
em situação de risco e busca a
reintegração social das jovens, a
disseminação da pílula evitaria
muitos casos de aborto clandestino e de filhos indesejados.
Ela diz que nesta semana atendeu uma garota de programa
adolescente que tinha engravidado de um cliente após a camisinha
estourar. "Ela nunca tinha ouvido
falar em pílula do dia seguinte."
Segundo o médico Jorge Andalaft Neto, em casos de estupro há
de 5% a 7% de chances de a mulher engravidar. Com o uso da pílula de emergência, as possibilidades caem para 2%.
(CC)
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