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Brasil é exemplo, diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil é o único país da América Latina que possui uma política contínua de distribuição gratuita da pílula do dia seguinte, diz
Aníbal Faundes, coordenador do
Comitê de Direitos Reprodutivos
da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.
Ele elogia a decisão do Ministério da Saúde. "Temos feito um belíssimo trabalho em levar métodos anticoncepcionais a locais
distantes e mais pobres", afirma.
Dizendo-se contra o aborto,
Faundes contesta o argumento
dos críticos da pílula do dia seguinte. "É justamente a gravidez
excepcional, a não planejada nem
desejada, que mais provoca abortos em mulheres jovens. Essa pílula, que deve ser usada apenas
em casos excepcionais, pode evitar essa violência", defende.
Outros países latino-americanos, como Argentina, Chile,
Equador e Cuba, já tentaram difundir o uso da pílula do dia seguinte, afirma Faundes. Em alguns casos, a distribuição foi barrada por ações judiciais. Em outros, por falta de verbas. China,
Austrália, Holanda e Inglaterra
são alguns dos que adotam a pílula na rede pública de saúde.
Assim como Faundes, José
Aristodemo Pinotti, diretor do
serviço de ginecologia do Hospital das Clínicas, vê na educação
sexual a melhor alternativa para
evitar o uso indiscriminado da pílula do dia seguinte. "O uso rotineiro é preocupante por ter uma
contra-indicação grande como a
dos anticoncepcionais", diz.
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