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Usuário aprova as mudanças
DA REPORTAGEM LOCAL
Freqüentadores assíduos de
Congonhas dizem ter desenvolvido, ao longo das décadas, uma relação de amor e ódio com o aeroporto- muitas vezes temperada
por toques de nostalgia. Cada executivo ou profissional liberal que
encara todas as semanas a ponte
aérea e já conhece em detalhes o
café, a livraria e as lojas aponta
um motivo para gostar e outro
para detestar o aeroporto.
"Estava na hora de fazerem essas modificações, principalmente
pela questão da segurança dos
passageiros na pista. Antigamente, o aeroporto era bem menor,
era uma situação muito diferente", afirma o consultor de empresas Jairo Laser Procianoy, 47.
Morador de Porto Alegre (RS),
Procianoy está no programa de fidelidade da Varig- desembarcou em Congonhas cerca de três
vezes por semana nos últimos 25
anos. "Posso dizer que acompanhei as últimas décadas do aeroporto. Gosto de Congonhas. É um
aeroporto muito melhor que
Cumbica em muitos aspectos. É
mais quente, mais acolhedor."
Sem esconder a nostalgia, afirma:
"Congonhas ainda lembra um
pouco da São Paulo antiga."
A empresária Irene Santos, 70,
também busca lembranças de outras décadas para falar sobre o aeroporto. "Lembro da ponte aérea
no começo. Viajava bastante para
o Rio de Janeiro e vinha sempre
ao aeroporto. Naquela época não
tinha lojas 24 horas e a gente vinha tomar café, conversar aqui,
olhar a banca de revistas e jornais.
Tinha um ar cosmopolita, de uma
cidade que estava crescendo. Tinha muito menos vôos, não era
esse barulho a toda hora", diz.
Hoje, Santos diminuiu a freqüência das viagens, mas ainda
embarca para o Rio de Janeiro ao
menos uma vez por mês. "Cresceu muito toda essa região em
volta e hoje têm um trânsito horrível até para entrar no aeroporto.
Eles têm que melhorar essa entrada, esse estacionamento", afirma.
Em sua opinião, as obras serão
benéficas. "Tem que ir sempre
melhorando, não é?"
Pertencente a uma outra geração, a estudante Camila Spadoto,
23, costuma buscar o namorado,
que trabalha em Brasília, no aeroporto aos finais de semana. Sem
lembranças antigas, o que chama
a atenção da estudante é o grande
número de passageiros em um
aeroporto dentro de um bairro.
"Às vezes fica uma confusão, é
muita gente. Acho que precisava
reformar para tentar ficar melhor
ou então fechar o aeroporto."
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