DA REDAÇÃO

Exemplos de desarticulação das cidades da Grande SP podem ser vistos em todas as áreas de fronteira. Na zona leste, na divisa do Itaim Paulista (São Paulo) com Itaquaquecetuba, a reforma de uma passagem precária sobre o córrego envolve negociações entre a subprefeitura, a prefeitura e o governo do Estado.
A Escola de Ensino Fundamental Vicente Amato Sobrinho, da capital, oferece cerca de 40% de suas 2.000 vagas para alunos de Itaquaquecetuba. Para chegar à escola, os alunos da cidade vizinha atravessam um córrego em uma passagem estreita e sem proteção lateral. "Quando chove, o perigo é grande", diz a diretora Valéria Loredo Guerra, 35.
Cada prefeitura tem de construir, em suas respectivas margens, muros de contenção. Está sendo negociada também a instalação de uma passagem metálica, a ser fornecida pelo governo estadual. Na prática, são muitas as instâncias burocráticas e de negociação para resolver o problema. Não há ainda previsão de quando a nova ponte será construída.
O eixo de pobreza leste é o maior da Grande SP. Nele habitam 2,7 milhões de pessoas. A renda mensal do chefe de casa é de 3,3 salários mínimos, em contraste com os 23,9 do bolsão mais rico da capital (que engloba áreas como Jardim Paulista e Moema).
Itaquaquecetuba possui 73,9% de sua população em áreas de alta privação social -o segundo pior percentual da metrópole.
A cidade teve um crescimento populacional de 65% entre 1991 e 2000 -e não é difícil entender o porquê da fragilidade social (em 2000, tinha 273 mil habitantes).
O prefeito Mario Moreno (PMDB), 54, afirma que o município mudou muito desde que ele assumiu, em 2001, e que sua administração está priorizando programas sociais, muitos em convênio com o Estado. Quatro escolas foram construídas, duas foram ampliadas e sete estão em construção. No que se refere à relação com os outros municípios, ele diz: "Hoje, há muita conversa e pouca ação". (ECD)


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