|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Pitta, "é questão de prioridade"
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde o último dia 2, a Folha
manteve 20 contatos com a assessoria de Celso Pitta, ex-prefeito e
candidato a deputado federal.
Com exceção de um único telefonema, o interlocutor em todos os
outros foi sempre o ex-secretário
de Comunicação Antenor Braido.
"Em geral, as favelas de São
Paulo estão localizadas em áreas
públicas de uso comum, que devem ser regularizadas. Como todo o empreendimento habitacional de interesse social, os processos de regularização são sempre
bastante lentos. No entanto, as
necessidades da população são
urgentes. Por isso, os conjuntos
são concluídos antes mesmo da
legalização", escreveu Braido em
uma primeira resposta enviada
por fax na qual ele ainda negava a
existência de prédios em áreas
privadas e atribuía a "acusação"
ao PT e à sua "inoperância".
Depois de dezenas de contatos e
alguns exemplos da existência de
prédios em áreas privadas, Braido
afirmou que "pode ter havido
uma falha". "Estou reconhecendo, mas é uma questão de prioridade. A nossa era retirar as pessoas de áreas de risco porque havia muita pressão do Ministério
Público, da mídia e do PT."
Dos 14 empreendimentos que
invadem áreas públicas das quais
as prefeitura não tinha posse, 3 foram iniciados na gestão de Celso
Pitta. Os demais, porém, apesar
da irregularidade ter sido começada na gestão de Paulo Maluf,
não tiveram a condição alterada
durante o governo de Pitta.
Ou seja: Pitta poderia ter feito
depósitos judiciais e tentado iniciar a regularização das terras,
mas isso não aconteceu.
Pressionado pelo BID, o ex-prefeito limitou-se, em setembro de
seu último ano de governo, a firmar um contrato com a Cohab
para que ela passasse a tratar da
regularização da posse das terras.
Além disso, mandou, também no
final do governo, projetos de lei
para a Câmara mudar a destinação de áreas livres já construídas.
Texto Anterior: "Faltou vontade a todos para regularizar" Próximo Texto: Danuza Leão: Prazeres inesquecíveis Índice
|