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Incentivo em dinheiro atrai policiais
DA REPORTAGEM LOCAL
O incentivo em dinheiro vem
provocando, segundo a Folha
apurou, uma verdadeira corrida
para trabalhar nas polícias Civil e
Militar de São Caetano.
Além do dinheiro, o município
é considerado "bom", segundo alguns policiais que não quiseram
se identificar, se comparado a alguns bairros de São Paulo e a outros municípios da Grande SP.
O próprio capitão da 4ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar de São Caetano, Antônio
Luiz Valente, conta que "toda semana tem alguém querendo trabalhar ou ser transferido".
"É lógico que o pró-labore estimula o policial. Tem muita demanda de gente que quer vir trabalhar aqui, mas tenho uma capacidade limitada por lei e meu efetivo está quase completo."
Por lei, a PM da cidade pode ter
202 homens. Só há vagas, agora,
para sargentos e oficiais.
Mas, para receber o adicional no
salário, a lei municipal determina
que o policial tenha pelo menos
um ano de serviço contínuo em
São Caetano.
A soldado Mônica Regiane Carvalho, 28, estudou na 3ª Escola da
Polícia Militar de São Caetano.
Por ter sido a terceira colocada
nas provas do curso -que durou
13 meses- pôde escolher a cidade da região do ABC onde queria
trabalhar. Preferiu ficar em São
Caetano por ser uma cidade próxima ao bairro da Mooca (zona
leste), onde mora.
Mas, como ela, outros policiais
acreditam que a escolha por São
Caetano seja influenciada, na
maioria das vezes, pelo pagamento do pró-labore municipal.
Para Luis Antônio Souza, pesquisador do Núcleo de Estudos da
Violência da USP, o pagamento
do pró-labore é "absurdo".
"Fica parecendo que existe uma
privatização da polícia. É a privatização de um serviço que é público. Se a minha cidade não pode
pagar, o serviço dela é que fique
ruim? Isso é inaceitável", afirmou.
Na opinião de Souza, a Prefeitura de São Caetano tomou uma
medida prática: pagou o "plus"
para evitar que o policial faça o bico, por exemplo. Mas lembra que
a atribuição de melhorar o salário
dos policiais é do Estado.
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