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Crianças são abandonadas em casa modelo
DA REPORTAGEM LOCAL
Na roda de meninos, a maioria diz que quer voltar para a
mãe. Fernando, 12, Jeferson, 8,
Renato, 12, Emerson, 5, Rafael,
7. "Um ano é muito. Quero
amanhã." Eles riem.
Três outros meninos estão
quietos. A assistente social explica que a mãe deles quase não
os visita, um pode ser adotado.
O Lar Escola Cairbar Schutel,
no Morumbi, zona oeste, está
com 62 crianças de dois a 13
anos -11 delas aguardam para
ser adotadas, seis estão em processo de adoção. É uma casa
modelo, onde as crianças são
levadas à escola, têm médico,
dentista, psicólogos e até padrinhos voluntários.
Aos domingos, na hora da visita, pouco mais da metade das
mães vêm ver os filhos. "Só
duas ou três mães visitam todo
domingo", diz a assistente social Jociene França Ruiz, 42. A
maioria das mães vêm a cada 15
dias, só três pais aparecem.
A ausência da mãe pode levar
à perda do pátrio poder e à
adoção. As crianças que são visitadas poderiam ter a guarda
provisória entregue a famílias.
A dificuldade está no pouco interesse das autoridades e na falta de uma cultura de guarda.
Há outras dificuldades: entre
as 62 crianças, só duas não têm
irmãos. O Estatuto da Criança e
do Adolescente recomenda
que irmãos não sejam separados, reduzindo as chances de
guarda ou adoção.
(AB)
Lar Escola Cairbar Schutel, tel. 0/xx/11/3742-0516
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