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Médicos faltam a plantão, e ponto é quebrado
Governo do Rio diz que profissionais resistem à implantação de ponto eletrônico, ocorrida no dia 1º
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria de Estado da
Saúde do Rio abrirá sindicância
para apurar o motivo de médicos terem faltado ao plantão
em dois hospitais públicos da
zona oeste da capital no último
fim de semana, após a implementação do ponto biométrico
(por impressão digital).
No hospital Rocha Faria, o
ponto foi destruído, o que foi
classificado pelo secretário
Sérgio Côrtes como um ato de
"vandalismo". Sobre os médicos que o governo diz terem faltado, o governador Sérgio Cabral afirmou que isso é uma
"covardia com a população".
Além do Rocha Faria, foi verificada também falta de médicos sem aparente justificativa
no hospital Pedro 2º.
A secretaria divulgou nota
ontem dizendo que "o problema se agravou a partir de 1º de
agosto, quando foi implantado
o ponto eletrônico nos hospitais de emergência da rede estadual para o controle dos profissionais ligados às cooperativas". Segundo a nota, está havendo resistência de parte dos
profissionais à medida.
Em entrevista à Rádio CBN,
Côrtes disse que os médicos
poderão ser demitidos. "A única justificativa plausível para
quem falta ao plantão numa
emergência onde tem crianças
e adultos para serem atendidos
é doença. Se não for esse o caso,
daremos direito de defesa, mas
demitiremos." Segundo ele,
apenas um dos quatro pediatras foi trabalhar no Pedro 2º. A
secretaria não informou quantos médicos faltaram no total.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge
Darze, a falta de médicos acontece porque o governo optou
por contratar profissionais por
meio de cooperativas, em vez
de abrir concursos. "Os médicos de cooperativas têm alta rotatividade e menos compromisso com a administração pública do que um concursado."
Para Márcia Araújo, presidente do Conselho Regional de
Medicina do Estado do Rio, o
governo tenta pôr a culpa do
problema crônico de falta de
médicos nos profissionais.
"Desde que o governador tomou posse que faltam médicos
em emergências nos finais de
semana. Médico nunca resistiu
a ponto, desde que tenha salário e condições de trabalho,
mas o governo paga muito mal,
atrasa salários, e esses cooperativados nem sequer têm vínculo empregatício."
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