São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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FAB é acusada de prender militar como retaliação

Presidente de federação de controladores de tráfego aéreo, Carlos Trifílio, foi preso por seis dias

Entidade ingressou no STF com acusação ao Comando da Aeronáutica por acidentes aéreos; motivo de punição é falta ao trabalho, afirma FAB


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO

A Força Aérea Brasileira é acusada de ter detido ontem o sargento Carlos Trifílio, que preside a Febracta (Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo), como forma de retaliação.
A entidade ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal), acusando o Comando da Aeronáutica de omissão de responsabilidade pelos acidentes com os aviões da TAM, em 2007, e da Gol, em 2006.
Para a federação, a prisão também seria uma forma de pressionar os controladores a não fazer novos protestos.
A "linha dura" foi adotada pelo Comando da Aeronáutica no ano passado, quando houve um motim dos controladores que marcou o período de caos no sistema de tráfego aéreo do país. Os problemas no setor se agravaram depois dos dois acidentes aéreos.
Oficialmente, Trifílio foi preso por ter faltado ao trabalho para ir a uma consulta médica. A FAB confirma que o sargento foi detido por essa razão e por ser reincidente e nega retaliação. Ao se ausentar, ele deveria ter comunicado o fato aos seus superiores. Trifílio ficará preso por seis dias na base aérea em São Paulo.
O sargento já havia sido preso na semana passada por cinco dias pelo mesmo motivo. No ano passado, Trifílio foi detido por conceder entrevistas à imprensa sobre o movimento dos controladores.
De acordo com o advogado Roberto Sobral, o sargento está doente e não aceita se submeter ao tratamento recomendado pela Aeronáutica. Como não é liberado para se consultar com outros médicos, acaba faltando ao serviço.

Punições
O advogado calcula que, pelo menos, 74 militares já foram punidos. Mas ele espera que o STF reconheça que a omissão do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e do seu antecessor, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, contribuíram para o cenário de insegurança que resultou no acidente com o avião da Gol em 2006. O procurador da República, Antonio Fernando de Souza, já recomendou, porém, o arquivamento da ação.
Conforme o advogado, desde o ano passado, a FAB iniciou um processo de remilitarização do tráfego aéreo e tem obrigado os controladores a marchar. A Aeronáutica disse que não iria comentar o assunto.
(ANDREZA MATAIS)



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