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FAB é acusada de prender militar como retaliação
Presidente de federação de controladores de tráfego aéreo, Carlos Trifílio, foi preso por seis dias
Entidade ingressou no STF com acusação ao Comando da Aeronáutica por acidentes aéreos; motivo de punição é falta ao trabalho, afirma FAB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
A Força Aérea Brasileira é
acusada de ter detido ontem o
sargento Carlos Trifílio, que
preside a Febracta (Federação
Brasileira das Associações de
Controladores de Tráfego Aéreo), como forma de retaliação.
A entidade ingressou no STF
(Supremo Tribunal Federal),
acusando o Comando da Aeronáutica de omissão de responsabilidade pelos acidentes com
os aviões da TAM, em 2007, e
da Gol, em 2006.
Para a federação, a prisão
também seria uma forma de
pressionar os controladores a
não fazer novos protestos.
A "linha dura" foi adotada pelo Comando da Aeronáutica no
ano passado, quando houve um
motim dos controladores que
marcou o período de caos no
sistema de tráfego aéreo do
país. Os problemas no setor se
agravaram depois dos dois acidentes aéreos.
Oficialmente, Trifílio foi preso por ter faltado ao trabalho
para ir a uma consulta médica.
A FAB confirma que o sargento
foi detido por essa razão e por
ser reincidente e nega retaliação. Ao se ausentar, ele deveria
ter comunicado o fato aos seus
superiores. Trifílio ficará preso
por seis dias na base aérea em
São Paulo.
O sargento já havia sido preso na semana passada por cinco
dias pelo mesmo motivo. No
ano passado, Trifílio foi detido
por conceder entrevistas à imprensa sobre o movimento dos
controladores.
De acordo com o advogado
Roberto Sobral, o sargento está
doente e não aceita se submeter ao tratamento recomendado pela Aeronáutica. Como não
é liberado para se consultar
com outros médicos, acaba faltando ao serviço.
Punições
O advogado calcula que, pelo
menos, 74 militares já foram
punidos. Mas ele espera que o
STF reconheça que a omissão
do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e do
seu antecessor, brigadeiro Luiz
Carlos Bueno, contribuíram
para o cenário de insegurança
que resultou no acidente com o
avião da Gol em 2006. O procurador da República, Antonio
Fernando de Souza, já recomendou, porém, o arquivamento da ação.
Conforme o advogado, desde
o ano passado, a FAB iniciou
um processo de remilitarização
do tráfego aéreo e tem obrigado
os controladores a marchar. A
Aeronáutica disse que não iria
comentar o assunto.
(ANDREZA MATAIS)
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