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PROFISSÃO PERIGO
Material será usado por equipes do Psiu, que correm riscos ao verificar reclamações de barulho em bares
Fiscal do ruído ganha colete à prova de bala
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Xingamentos são a regra quando eles aparecem. Agressões físicas, constantes. Já houve até tiroteio. Estraga-prazeres para uns,
sinônimo de sossego para outros,
os fiscais do Psiu (Programa Silêncio Urbano, da Prefeitura de
São Paulo) ganharam neste mês
48 coletes à prova de balas.
O artefato de segurança será
usado principalmente no fechamento de bares barulhentos, que,
mesmo depois de receber notificações e multas, continuam incomodando vizinhos ao emitir ruído acima do permitido pela lei.
"A guarda municipal e a Policia
Militar nos acompanham no fechamento desses estabelecimentos, mas às vezes a situação fica
perigosa para nossos funcionários", diz Rosano Pierre Maieto,
coordenador do Psiu, órgão responsável por fiscalizar a emissão
de ruídos em ambientes fechados.
A agente fiscal Maria Aparecida
Gobbetti, da Subprefeitura da Sé,
lembra de um desses momentos,
quando, meses atrás, o órgão
atendeu a uma reclamação na Vila Brasilândia, zona norte.
"Era um forró que estava lotado. Quando os fiscais chegaram,
houve tiroteio. Não fomos atingidos, mas sei que alguns participantes da festa ficaram feridos."
A agente Sueli Molina Lopes
quase foi agredida no ano passado ao autuar o dono de um bar
onde ocorria uma festa. "Todo o
pessoal que estava no aniversário
saiu à rua e partiu para cima. Só
nos salvamos porque a guarda interveio", lembra.
Ao todo, foram adquiridos 48
coletes de proteção balística (modelo unissex) a um custo de R$
27.830. Com a nova proteção, tanto Maria Aparecida quanto Sueli
dizem estar mais tranqüilas.
O mesmo não se pode dizer dos
paulistanos, de acordo com as estatísticas de reclamações de ruído
na cidade.
Desde que ampliou o atendimento, em julho de 2002, o Psiu
recebe uma média de 63 chamadas por dia. São na grande maioria (cerca de 80%) reclamações de
barulho em casas noturnas e bares.
Na central de atendimentos da
Polícia Militar o telefone também
não pára. Nos cinco primeiros
meses deste ano a corporação recebeu uma média ainda superior
à da prefeitura -64 chamadas
diárias por perturbação ao sossego alheio na capital paulista.
Chamada ao local da ocorrência, a polícia geralmente limita-se
a conversar com os proprietários
do estabelecimento, pedindo para
abaixar o volume do som. E sugere aos reclamantes que entrem em
contato com o Psiu.
Como funciona
Uma vez acionada, a equipe do
Psiu vai ao local com um sonômetro, aparelho que mede o nível de
intensidade do ruído.
Constatada a irregularidade, o
dono do estabelecimento é notificado. Somente numa segunda denúncia comprovada, é aplicada a
primeira multa.
A pena mais barata é para igrejas -R$ 500. Já para estabelecimentos comerciais a multa começa com R$ 3.559, quando o autuado possui licença de funcionamento e sua capacidade é para até
50 pessoas. Pode chegar a R$
28.468, se for a segunda ou a terceira multa aplicada e se o estabelecimento não tiver licença de
funcionamento.
Reclamações de barulho ao Psiu
podem ser feitas pelo telefone 156,
a central de atendimento da prefeitura paulistana.
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