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"A música tecno é alta e começa de manhã cedo"
DA REPORTAGEM LOCAL
A família da professora universitária Maria Lúcia Pelaes depositou toda sua esperança de sossego
num papelzinho com a sigla
CA898451 -o número do registro de sua reclamação no Psiu
(Programa de Silêncio Urbano),
órgão da Prefeitura de São Paulo.
Ela traça um quadro infernal do
dia-a-dia na rua Teresa Marques,
no tranqüilo bairro do Horto Florestal, na zona norte da cidade de
São Paulo, desde que a academia
PH5 se instalou no local.
"A música tecno alta começa de
manhã bem cedo. Depois, gritos e
apitos para animar os alunos. A
rua fica lotada de carros durante o
dia e de noite ainda temos de
agüentar o barulho da bomba térmica que aquece a piscina", diz a
professora.
A gerente da academia de ginástica, Cristina Amaral, rebate as
acusações.
"Não sei o que está irritando os
vizinhos. A bomba térmica só é ligada no calor, instalamos ar-condicionado para poder trabalhar
de janela fechada e limitamos o
volume da música", explica.
Apesar de negar que a PH5 emite ruído, ela admite que está fazendo cotação de preço para instalar um isolamento acústico no
estabelecimento.
"Algo de fibra de vidro ou isopor", completa.
A equipe do Psiu vistoriou a
academia duas vezes neste ano.
Em nenhuma visita foi constatada
a emissão de ruídos acima do permitido.
"Eles vão e vêm e a situação
nunca muda. Vamos acabar
enlouquecendo", exaspera-se
Maria Lúcia.
O economista Josef Barat, que
mora nos Jardins, também enfrenta a cada noite seu martírio.
Reclama das festas organizadas
pela pizzaria Art n" Pizza, na rua
da Consolação.
"Tem gente gritando até as 5h
da manhã", exaspera-se.
A retórica do dono do estabelecimento repete-se.
"Cobrimos o toldo da varanda e
a medição do Psiu não acusou um
volume acima do permitido. O
problema é que os prédios ao redor propagam o som, faz eco. Mas
não é uma coisa absurda", defende-se Luiz Fernando Baroni, sócio
da pizzaria. (FS)
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